O Rio do pó -
Uma fauna de gente fina
A vida real de João Guilherme Estrella, nascido em bom berço do Leblon e convertido em personagem graúdo da vida bandida carioca, é a história de “Meu nome não é Johnny”, de Guilherme Fiúza. Filho adorado pelos pais e jovem querido pelos amigos, João entrou pelos anos 1980 buscando liberdade a qualquer preço e desembarcou nos 1990 como barão da cocaína pura na Zona Sul do Rio.
Da primeira venda de droga para pagar uma dívida à ascensão vertiginosa no tráfico – deixando "tubarões" para trás, no melhor estilo "Scarface" – ele chega a um degrau na escada do crime em que geralmente não há mais volta. Mas no seu caso, absolutamente peculiar, há voltas e reviravoltas improváveis, como mostra a reportagem do autor. “João Guilherme é a prova viva de que é viável recuperar as pessoas. É o atestado de que a nossa luta não é em vão”, chegou a dizer a juíza Marilena Soares, que o julgou e o condenou.
Sem juízo de valor
Para o jornalista Zuenir Ventura, que apresenta o livro, “Meu nome não é Johnny” ultrapassa a saga de um grande traficante bem-nascido e seu reinado na época em que a cocaína "caiu na corrente sangüínea da cidade". “É um mergulho profundo no submundo de uma geração que na virada dos anos 70/80 forneceu diversos talentos para as artes, os negócios e o esporte. E também muitos fregueses para o anti-herói da história”, observa.
Para o autor, jornalista com passagem por editorias de política, literatura e meio ambiente na imprensa carioca, o livro busca uma abordagem franca de temas-tabu, “sem moral da história”. “Não há separação dos personagens em heróis e vilões. Apenas procuro mostrar um 3x4 humano de alguém atravessando o mundo-cão do tráfico e da cadeia sem ser devorado por ele, embora levasse boas mordidas”, diz Fiúza.
Entre seus personagens estão aqueles que fundaram no Baixo Gávea seu território boêmio, ao som de Bete Balanço e dos primeiros acordes do rock brasileiro. E suas experiências com as drogas, abordadas no livro sem juízos de valor. “O uso de drogas foi mortal para muitas pessoas, mas significou apenas diversão para outras. Às vezes é bom resistir à tentação de apontar o certo e o errado, em nome de um conhecimento mais profundo da realidade”, argumenta o autor. Nascido no Rio de Janeiro em 1965, Guilherme Fiúza trabalhou como repórter e editor em veículos como Jornal do Brasil, O Globo e No.com, passando também por assessorias políticas. É colunista do site jornalístico NoMínimo.
(do release da editora)
Serviço:
"Meu nome não é Johnny", de Guilherme Fiúza, 336 pp. mais 16 pp. de encarte
A vida real de João Guilherme Estrella, nascido em bom berço do Leblon e convertido em personagem graúdo da vida bandida carioca, é a história de “Meu nome não é Johnny”, de Guilherme Fiúza. Filho adorado pelos pais e jovem querido pelos amigos, João entrou pelos anos 1980 buscando liberdade a qualquer preço e desembarcou nos 1990 como barão da cocaína pura na Zona Sul do Rio.
Da primeira venda de droga para pagar uma dívida à ascensão vertiginosa no tráfico – deixando "tubarões" para trás, no melhor estilo "Scarface" – ele chega a um degrau na escada do crime em que geralmente não há mais volta. Mas no seu caso, absolutamente peculiar, há voltas e reviravoltas improváveis, como mostra a reportagem do autor. “João Guilherme é a prova viva de que é viável recuperar as pessoas. É o atestado de que a nossa luta não é em vão”, chegou a dizer a juíza Marilena Soares, que o julgou e o condenou.
Sem juízo de valor
Para o jornalista Zuenir Ventura, que apresenta o livro, “Meu nome não é Johnny” ultrapassa a saga de um grande traficante bem-nascido e seu reinado na época em que a cocaína "caiu na corrente sangüínea da cidade". “É um mergulho profundo no submundo de uma geração que na virada dos anos 70/80 forneceu diversos talentos para as artes, os negócios e o esporte. E também muitos fregueses para o anti-herói da história”, observa.
Para o autor, jornalista com passagem por editorias de política, literatura e meio ambiente na imprensa carioca, o livro busca uma abordagem franca de temas-tabu, “sem moral da história”. “Não há separação dos personagens em heróis e vilões. Apenas procuro mostrar um 3x4 humano de alguém atravessando o mundo-cão do tráfico e da cadeia sem ser devorado por ele, embora levasse boas mordidas”, diz Fiúza.
Entre seus personagens estão aqueles que fundaram no Baixo Gávea seu território boêmio, ao som de Bete Balanço e dos primeiros acordes do rock brasileiro. E suas experiências com as drogas, abordadas no livro sem juízos de valor. “O uso de drogas foi mortal para muitas pessoas, mas significou apenas diversão para outras. Às vezes é bom resistir à tentação de apontar o certo e o errado, em nome de um conhecimento mais profundo da realidade”, argumenta o autor. Nascido no Rio de Janeiro em 1965, Guilherme Fiúza trabalhou como repórter e editor em veículos como Jornal do Brasil, O Globo e No.com, passando também por assessorias políticas. É colunista do site jornalístico NoMínimo.
(do release da editora)
Serviço:
"Meu nome não é Johnny", de Guilherme Fiúza, 336 pp. mais 16 pp. de encarte
Editora Record, Rio de Janeiro, 2004
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