A novela das nove da Rede Globo apresenta uma trama repleta
de personagens dúbios e com igualdade de importância
de personagens dúbios e com igualdade de importância
Essa é a história do salafrário que seduz uma jovem rica e ingênua que perde os pais num acidente, casa-se com ela, rouba sua fortuna, faz cirurgia plástica, cria uma nova identidade e transforma-se em um poderoso e implacável empresário. Não. Na verdade, é a história de um ex-chefe de segurança que reúne um grupo, invade um terreno e cria uma favela, da qual se torna o grande líder que, ao mesmo tempo em que explora os moradores, também os defende com unhas e dentes. Mas também é a história da mulher mal-casada que vive um romance com um homem também casado e, após sua morte, decide retomar os estudos, faz vestibular e ingressa com louvor na universidade cuja proprietária é justamente a viúva de seu amante.
Assim é “Duas Caras”. Ao mesmo tempo em que carrega ingredientes típicos de um legítimo folhetim - como a sinhá-moça da Barra que se apaixona pelo negro-gato da favela da Portelinha -, a atual novela do horário nobre da Rede Globo se mostra um novelo dos mais confusos. Com um elenco estelar - incluindo Antônio Fagundes, Renata Sorrah, Suzana Vieira, José Wilker, Marília Pêra e Dalton Vigh -, a história não deixa claro quem são, de fato, nem os mocinhos e nem os vilões da trama. “Não agüentava mais seguir o roteiro tradicional do folhetim que consiste em: mocinho, mocinha, vilão criando problemas pra impedir a realização dos dois, e toda uma comparsaria dividida entre uns e o outro. Mudei o foco, resolvi fazer como é na vida, e assim dar a cada personagem a sua vez”, explica o autor, Aguinaldo Silva.
As tramas repletas de personagens principais não são novidade. Manoel Carlos já havia utilizado o mesmo recurso em “Páginas da Vida”, por exemplo. Entretanto, “Duas Caras” sucede “Paraíso Tropical”, uma novela cheia de clichês folhetinescos, que são a marca registrada do autor Gilberto Braga, que tem por hábito criar mocinhos bons e vilões maus. Aguinaldo Silva talvez não admita, mas sabe que essa é a receita de sucesso de uma novela. A sua Nazaré Tedesco, de “Senhora do Destino”, por exemplo, está na galeria das melhores vilãs de novela. O fato é que, de uns capítulos para cá, a novela tem tomado novos rumos. Pelo menos a gente já sabe de uma coisa: o vilão da trama é mesmo o personagem do Dalton Vigh.
3 comentários:
Caros amigos, eu odeio novelas!!! Mas...parabéns pelo blog e pelo informativo. Eu coloquei o endereço do Olho Mágico Cultural na página do meu blog. Ok?!
Abs!
DUAS CARAS é umas das novelas mais SEM FOCO q Aguinaldo Silva já escreveu e é,tb,uma das piores novelas q a REDE GLOBO já exibiu.
Novela é folhetim,já dizia JANETE CLAIR.Novela é aquela q GILBERTO BRAGA escreve.Outra coisa: Uma trama onde o protagonista é o principal vilão,o anti-herói,não funciona mesmo.Lembram de O DONO DO MUNDO e PÁTRIA MINHA,ambas do Gilberto Braga,q a REDE GLOBO exibiu respectivamente em 1991 e 1994?...Pois é! Parece q o autor dessas obras "descobriu" q trilhava o caminho errado e voltou a escrever novelas...Aguinaldo Silva precisa se "situar" tb.Ou será q ele esqueceu seu mega-fracasso SUAVE VENENO,em 1999? Era uma trama "inovadora" e,pelo q li na época,somente ele e seus colaboradores assistiram.
Sucesso para AGUINALDO SILVA,mas se DUAS CARAS continuar como está...Vai sair do ar antes do prazo.
Q venha João Emannuel Carneiro...
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