terça-feira, 8 de abril de 2008

A evolução versus a favorita



Record e Globo acirram a guerra pela audiência explorando as novelas e utilizando os seus títulos para firmar suas marcas


A guerra da audiência na televisão brasileira está atingindo níveis cada dia piores. Recentemente, a Rede Globo, ainda líder de audiência absoluta, começou a divulgar um vídeo institucionalem sua programação em que estrelas do seu casting ressaltam o “Q de Qualidade” da emissora. Na última semana, a Record ironizou a Globo em um anúncio publicado em jornais e revistas com os seguintes dizeres: “Nossa concorrente precisando lembrar que tem qualidade? Para nós, isso tem um ‘q’ de queda de audiência”.


A Globo não deixou por menos e recorreu ao Conselho Nacionalde Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) para que a Record seja proibida de publicar qualquer tipo de propaganda na qual diga que tem qualquer tipo de “liderança” no ibope da TV do país, além de impedida de fazer qualquer citação - direta ou indireta- à emissora ou às suas peças publicitárias.


A briga entre essas duas ainda vai pegar muito fogo. Principalmente porque a Record tem conseguido contratar boa parte da equipe dourada da Globo e seus programas genéricos têm ganhado cada vez mais audiência. É o caso do “Domingo Espetacular” (que vem tirando a hegemonia do “Fantástico”) e da novela “Caminhos do Coração”, de Tiago Santiago (um dos autores revelados pela Globo), que vem tirando o sono dos consagrados autores globais. E olha que, apesar do título, a obra da concorrente não se trata da mais romântica das novelas, não… No enredo, entre outras coisas, o telespectador pode encontrar vampiros, lobisomens, homem-leão, sereia encantada, menino-macaco, mulher-cobrae até um dinossauro correndo atrás de seres humanos que circulam por uma ilha bem ao estilo “Lost”.


A novidade agora é que a novela “Caminhos do Coração” vai virar série, com o nome de “A evolução ”, e mudar de horário, concorrendopau a pau com a próxima novela das nove da Globo. Aliás, nada me tira da cabeça que exista uma mensagem subliminar na troca do nome desta novela, que, de “Juízo Final” - um nome muito criativo, por sinal -, virou “ A Favorita” - bem ao estilo de novela mexicana exibida pelo SBT. Para um bom entendedor, um pingo é letra… A Record quer mostrar de todas as maneiras que está em plena “evolução”. Por sua vez, a Globo não quer deixar por menos: enquanto puder, vai enfatizar que é - e sempre será - “a favorita”.

FALOU E DISSE: Tiago Santiago



TIAGO SANTIAGO

autor de novelas, ex-Globo, atual Record


Quais as diferenças básicas que você percebeu ao trabalhar anteriormente na Globo e agora na Record?


A Globo tem uma estrutura maior e mais antiga, talvez por isso mais fria, menos pessoal, e é mais difícil crescer lá dentro. A Record cresce muito rapidamente,chega a ser impressionante.Para mim, a Record foi a chance de mostrar o que posso fazer em novelas, como autor titular. Também fui contratado como consultor para o Núcleo de Teledramaturgia.Desde sua saída da Globo, suas novelas (A Escrava Isaura e Prova de Amor) conseguiram se destacar na teledramaturgia brasileira.


Esperava tanto sucesso e repercussão de ambas as novelas?


Sempre sonhei com este sucesso, durante muitos e muitos anos, até o dia em que ele chegou. O tempo que leva para ser bem sucedido é o tempo que leva para fazer bem.


Como surgiu a idéia de incluir essa temática dos mutantes em “Caminhos do Coração”?

A idéia dos mutantes foi uma inspiração imediata, a partir do momento em que me inclinei para o gênero do realismo fantástico. Foi arriscado no começo, mas provei que estava certo.


Diante todo esse sucesso, você já chegou a ser sondado para voltar para a Globo?


Conheço muita gente na Globo, onde trabalhei durante vinte anos. Fui abordado duas vezes recentementepor um diretor de lá, que perguntou sobre minha situação e chegou a propor um diálogo futuro. Foi só isso que aconteceu. A Globo sabe que tenho contrato longo e ampla liberdade criativa na Record. E estou absolutamente focado no meu trabalho na Record.


Qual a sua opinião sobre o projeto da Record de tentar copiar toda a programação da Globo, na teledramaturgia e no jornalismo?


De alguma forma, se basear no que existe de melhor é uma estratégia inteligente.


Qual é o seu grande projeto?


Meu objetivo é fazer novelas e bem. Meu contrato com a Record vai até 2011 e, no que depender de mim, a Globo vai penar bastante. E em algum momento eu vou começar a fazer meus filmes como roteirista e diretor.

PERSONAGEM: Cazuza


Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, teria completado 50 anos no último dia 4 se estivesse vivo. Bem, vivo ele está. Mesmo tendo falecido em 1990, aos 32 anos, em decorrência da Aids, Cazuza mantém-se eterno na mente de seus fãs e na história do rock nacional brasileiro como um dos maiores cantores e compositores brasileiros, figurando, inclusive,no rol dos grandes poetas do país. O músico ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, sucesso da década de 80. Dentro suas composições famosas junto ao Barão Vermelho estão “Todo Amor Que Houver Nessa Vida”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Maior Abandonado”, “Bete Balanço”e “Eu Queria Ter Uma Bomba”. Em carreira solo, vieram “Exagerado”, Codinome Beija-Flor”, “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Ideologia”, “Brasil”, “Faz Parte do Meu Show” e “O Tempo Não Pára”. Em apenas nove anos de carreira, Cazuza nos deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros ínterpretes. Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico. Essa faceta do artista e o sofrimento por causa de sua doença foram bem retratados no filme biográfico Cazuza - O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck, em que o ator Daniel de Oliveira apresentou interpretação surpreendete do saudoso artista.



“Eu acho que tenho essa ironia, esse deboche sim. É uma autodefesa, porque as pessoas são fogo mesmo. Então a gente tem que jogar um pouco com o deboche, com o cinismo para não se machucar. Mas no meu trabalho mesmo, nas minhas letras, nas minhas entrevistas, eu levo tudo bem à sério...”


Cazuza,

1958-1990

CINEMA: "Polaróides Urbanas", de Miguel Falabella

Polaróides Urbanas: um Falabella almodovariano
Chega em Brasília o filme de estréia de Miguel Falabella como roteirista e diretor de cinema. Em Polaróides Urbanas, Falabella se consolida de vez com o estilo confessadamenteinspirado no espanhol Pedro Almodóvar. No elenco, Marília Pêra brilha na história de uma dona de casa sufocada pelo cotidiano e pelo fato de ter uma irmã gêmea, que é o seu oposto: uma perua deslumbradae espalhafatosa. Ainda no elenco, Arlete Salles, Natália do Valle e Marcos Caruso. Comédia pura.

MÚSICA: Isabella Taviani em Brasília

Isabella Taviani traz seu romantismo à capital
A cantora carioca Isabella Taviani fará duas apresentações em Brasília nesta semana. No repertório, músicasde seu terceiro álbum Diga Sim, que traz as músicas “Luxúria” - faixa feita para a trilha da novela global Sete Pecados - e a regravação de “Ternura”, antigo sucesso de Wanderleia que hoje embala a novela Duas Caras. Na quarta-feira (9), a cantora apresenta um pocket show seguido de autógrafos na Fnac, no Park Shopping. No dia seguinte, Isabella marca presença nas Quintas Musicais do palco do Centro Cultural Sesi, em Taguatinga. Em ambos, a entrada é gratuita.

TEATRO: "Os Melhores do Mundo"

Melhores do Mundo voltam aos palcos brasilienses
Todo bom filho sempre à casa torna. Prova disso é o pessoal do grupo de teatro Os Melhores do Mundo, que ganhou fama nacional graças ao Zorra Total da Rede Globo, mas nunca deixa de prestigiar o seu público mais fiel. Nos dias 19 e 20 de abril, Welder, Pipo e sua turma se apresentam no Teatro Nacional com duas peças bem conhecidas pelo brasiliense: Notícias Populares e Hermanoteu na Terra de Godah. Cada uma terá duas sessões. Informações:3325-6256

TELEVISÃO: reprise de "Cabocla"

Novela Cabocla, sucesso de 2004, inicia reprise à tarde
A novela Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa, exibida originalmente em 2004, será reprisada a partir desta semana no Vale a Pena Ver de Novo. Remake de uma novela homônima exibida em 1979, esta será a primeira novela a ter as duas versões reprisadas. Cabocla traz no elenco Tony Ramos, Patrícia Pillar, Daniel de Oliveira, Regiane Alves e marcou a estréia em novelas de VanessaGiácomo, Malvino Salvador e Maria Flor

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Uma nova temporada




Rede Globo inicia sua programação de 2008 trazendo de volta programas de sucesso e novas apostas na linha de entretenimento


Com o fim do “Big Brother Brasil” e da minissérie “Queridos Amigos”, a Rede Globo promove nesta semana o início de sua programação de 2008. Com isso, programas que normalmente saem da grade no início do ano retornam ao ar a partir desta terça-feira. É o caso dos humorísticos “Casseta & Planeta Urgente!” e “Toma Lá Dá Cá”. Este último estreou no fim do ano passado em substituição ao “A Diarista”, sofreu algumas críticas, não teve grave audiência, mas a qualidade de seu formato - que lembra muito o falecido “Sai de Baixo” - foi determinante para que ingressasse em nova temporada. O texto de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa - com um humor mais debochado, irônico e um tanto quanto blasé - e o elenco bem escalado - encabeçado por estrelas como Adriana Esteves, o próprio Miguel, Marisa Orth, Diogo Vilela e Arlete Salles - fizeram do programa uma boa opção de humor nas noites de terça-feira. E, para quem está sentindo falta de Cláudia Rodrigues, a ex-diarista está de volta, substituindo Maria Paula na trupe dos cassetas.


Neste ano, três novas séries também entram em cartaz. Nas noites de quinta-feira, logo após “A grande família” (que emplaca a sua oitava temporada sem sair do ar), estréia “Casos e acasos”. A nova série (que já foi exibida como especial de fim de ano em dezembro) traz um novo elenco a cada episódio, narrando histórias de vários personagens que s ecruzam. Já nas noites de sexta-feira, após o “Globo Repórter”, é a vez de Luiz Fernando Guimarães voltar à cena com suas “Dicas de um sedutor”. E aos domingos, logo após o “Fantástico”, quem completa a lacuna deixada pelo paredão do BBB é a série “Faça sua história”, que traz Vladimir Brichta como um taxista que recebe passageiros diferentes a cada episódio. E existe ainda “Guerra e paz”, seriado protagonizado por Danielle Winits e Marcos Pasquim, que já está sendo produzido, mas deve levar mais tempo para estrear.


As novidades foram anunciadas por Octávio Florisbal, diretor-geral da TV Globo. Segundo ele, “havia a necessidade de renovação da linha de shows (horário em que são exibidos normalmente seriados), queríamos trazer frescor para o telespectador, dar um fôlego novo na programação”. Florisbal anunciou que deverá haver mais novidades para o segundo semestre. Uma outra boa notícia é que “Tropa de elite” vai mesmo virar seriado de televisão. A Globo fechou a co-produção do programa, que deverá entrar na grade no ano que vem.

FALOU E DISSE: Fernanda Montenegro





FERNANDA MONTENEGRO

atriz de TV, teatro e cinema




A última novela que contou com sua participação foi “Belíssima”, em 2005, e, ainda assim, sua presença não ficou o tempo todo no ar. Quando todos acharam que não a veriam mais na tevê, vem essa surpresa com “Queridos Amigos”. Foi seu último trabalho na telinha ou o público brasileiro terá mais surpresas?

Acho complicado fazer previsões. Confesso que já disse que ia parar e não parei. Todo mundo já ia parando, todo mundo vai parar e de repente volta. Mas novelas realmente não estão em meus planos. Novela é uma viagem mortal. Não tenho mais pique para encarar meses de trabalho. Prefiro minisséries.




2007 marcou a sua estréia no cinema internacional com a participação
no filme “O Amor nos Tempos do Cólera”. O diretor Mike Newell a definiu como “a deusa que dispensa apresentações”. Como foi a experiência?


Era estranho para uma atriz na parte final da carreira, mas encarei como um desafio porque eu já nem tinha mais ambição lá fora. E foi gratificante fazer parte de um elenco latino, pertencente a um continente tão esquecido pelo resto do mundo.




O que ficou da experiência de ter concorrido ao Oscar?


Para a idade que já tenho, foi surpreendente. Isso geralmente acontece no máximo aos 40 anos e me aconteceu aos 70. Rodei o mundo e depois voltei para casa, para meu ponto de partida. Foi isso. Prefere tevê, teatro ou cinema?Já vivenciei os três veículos e experimentei
as melhores emoções possíveis. Na minha idade, hoje eu digo que prefiro o cinema. Mas não fecho portas. A televisão faz parte da nossa vida, de um processo de convívio artístico. Acho que não há no mundo inteiro nada igual à tevê no Brasil.




“Tropa de Elite” foi o maior sucesso do cinema brasileiro em 2007, em parte porque o público assistiu ao filme antes de sua estréia no cinema. Qual sua opinião sobre a pirataria?


Não defendo o comércio pirata de filmes. No entanto, a piarataria é paradoxal. Ela permite que as massas assistam filmes que não teriam como ver no cinema. Não é uma coisa boa, mas a propaganda foi positiva para o filme.

PERSONAGEM: Ana Carolina


Ana Carolina é uma das cantoras mais bem-sucedidas do mercado fonográfico brasileiro na atualidade. Seu surgimento no cenário nacional aconteceu em 1999, quando emplacou o hit “Garganta” na novela “Andando nas Nuvens”, da Rede Globo. Na época, as comparações com Cássia Eller foram inevitáveis, por causa do timbre de voz parecido. Não por acaso, a falecida cantora serviu como inspiração para a nova artista, que se apresentava em bares na cidade mineira de Juiz de Fora, sua terra natal. E foi a própria Cássia quem deu um empurrãozinho na carreira de Ana ao gravar um vídeo falando sobre seu trabalho, que serviu como chave para que a então desconhecida cantora entrasse pela porta da frente na gravadora BMG. Hoje, com quatro álbuns de músicas inéditas lançados (Ana Carolina, Ana Rita Joana Iracema Carolina, Estampado e Dois Quartos), uma coletânea e um álbum ao vivo gravado em parceria com Seu Jorge (Ana & Jorge), a cantora já vendeu quase 5 milhões de cópias e possui um dos maiores fãs-clubes do país. Nesta semana, Ana Carolina lança o CD e o DVD Dois Quartos Ao Vivo, resultante do show que estreou em julho do ano passado e já passou por todas as regiões do país. Com este novo lançamento, Ana Carolina coloca no mercado fonográfico um novo selo, de sua propriedade, com o qual pretende lançar novos talentos, a exemplo do que fizeram consigo no início de sua vitoriosa carreira.



“Quero trazer para o selo gente de valor que ainda teve oportunidade de mostrar seu trabalho. Pretendo fazer por outros artistas o que fizeram por mim, ao contratarem para uma multinacional aquela menina desengonçada, sem saber que ela poderia seguir trajetória musical vitoriosa”


Ana Carolina,

cantora e compositora

MÚSICA: Tetê Espíndola e Tunai

Tetê Espíndola e Tunai no Feitiço Mineiro
Dois nomes bastante conhecidos da galera dos anos 80 desembaracam na capital federal nesta semana. Tetê Espíndola e Tunai se apresentam no palco do Feitiço Mineiro. A primeira - famosa pela sua voz aguda - toca nesta terça-feira e lança o disco E va por ar. O álbum, traz parcerias de Chico César e Arnaldo Black. No sábado, Tunai mostra o show 25 Anos ou Mais, com repertório de músicas que ficaram famosas nas vozes de grandes intérpretes. Informações: 3272-3032Música

CINEMA: "Bonitinha, mas ordinária"

Bonitinha, mas ordinária ganha nova filmagem
A atriz Leticia Colin, de 18 anos, vai encarar um papel difícil no cinema. Em seu primeiro longa, a refilmagem de Bonitinha, mas ordinária, fará o papel de Maria Cecília, a ninfeta eternizada por Lucélia Santos no filme de 1981. Na versão dirigida por Moacyr Góes, o texto clássico de Nelson Rodrigues traz ainda João Miguel e Leandra Leal no elenco. A previsão de estréia de nos cinemas é janeiro de 2009.

TEATRO: "Querido Mundo"

Querido Mundo, de Miguel Falabella, na capital
Um texto de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa será encenado em Brasília neste fim de semana. Trata-se da comédia romântica Querido Mundo, dirigida por Rubens Ewald Filho. No elenco, Maximiliana Reis, Jarbas Homem de Mello e Antonio Rocha Filho. A peça fica em cartaz sábado (21h) e domingo (20h), no Teatro Nacional. Ingressos: R$ 60 (inteira).

DE GRAÇA: Programação do Sesi Cultural


Centro Cultural Sesi divulga atrações de abril
O projeto Sesi Cultural, no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga, reserva boas opções de cultura para o mês de abril. A programação tem início nesta terça-feira com a exibição de A grande família, versão cinematográfica do sucesso da televisão. O projeto exibirá, ainda, no mês, os filmes A máquina, de João Falcão; Baixio das Bestas, de Cláudio Assis; e Deus é brasileiro, de Cacá Diegues. Na área de teatro, o cardápio traz os grupos Celeiro das Antas, Mamulengo sem Fronteira e Buraco do Humor. No campo musical, tem show da dupla Zé Mulato & Cassiano nesta quinta-feira e, no dia 10, a atração será a cantora Isabella Taviani. Ainda em abril, apresentam-se a Banda Lafusa e Haroldinho Mattos & Bemol. A entrada é gratuita. Informações: 3354-4040

quinta-feira, 27 de março de 2008

Até o ano que vem



Big Brother Brasil 8 chega ao fim com a certeza de que a fórmula de sucesso ainda não está tão desgastada e promessa de nova edição


Chega ao fim, nesta semana, mais uma edição do Big Brother Brasil, o reality show de maior audiência e repercussão na televisão brasileira. Por mais que alguns sites e jornais digam o contrário, durante esses meses grande parte do Brasil parou para acompanhar o BBB. Essa edição pode não ter sido das melhores – tanto que várias regras foram adicionadas ao formato para apimentar o roteiro, como o big fone, o paredão triplo e o castigo dado pelo anjo. Mesmo assim, alguns personagens vão ficar marcados na história do BBB.


É o caso mais do que comprovado do Marcelo (foto), o grande protagonista desta edição, que começou o programa declarando-se gay, sentiu atração por outro participante do sexo masculino (Galego) e descobriu-se apaixonado pela sua ex-melhor amiga Gyselle. Favorito ao grande prêmio, o psiquiatra com ares de loucura saiu do programa na reta final após criar atrito com praticamente todos os participantes da casa: desentendeu-se com Rafinha logo na primeira semana, bateu boca com a perturbada Thalita, quase partiu para a violência física com Fernando, espezinhou Thatiana até ela confessar sua tendência homossexual, chamou Marcos de “banana”, duvidou da honestidade de Natália e tirou a paz até de sua amada Gyselle.


Por sua vez, Gyselle chega à grande final com uma personalidade igualmentecontroversa: apresenta ares de donzela caipira – doce, meiga, falando errado -, mas tem um passado obscuro em sua passagem pela França, onde participou de um outro reality show em que tinha que seduzir um homem comprometido – no que foi muito bem-sucedida. Na disputa pelo prêmio de R$ 1 milhão, vem Rafinha, o participante mais sortudo da história do BBB: entrou na casa no último segundo da prorrogação após a eliminação de dois selecionados na véspera da estréia; foi imunizado pelo primeiro anjo e ganhou de tabela um carro zero; foi um dos poucos que atendeu o big fone e recebeu notícias boas; ganhou três computadoresdurante a prova de uma grande loja de eletrodomésticos; foi sorteado para assistir uma partida de futebol clássica quando sair da casa; ganhou outro carro durante uma prova do anjo; foi líder duas vezes e ainda ganhou uma moto; e ganhou duas passagens aéreas com direito a escolha de destino.


Nesta terça-feira, o Brasil inteiro conhecerá o oitavo grande campeão do BBB. E o programa deixará saudades, como acontece em todos os anos. É sempre a mesma fórmula, com candidatos à fama instantânea dispostos a tudo para se dar bem às custas de sua imagem. Mesmo assim, do outro da telinha, voyeures - assumidos ou não – continuam loucos para saber o que está acontecendolá dentro enquanto um bom número de pseudo-intelectuais torce o nariz para o programa e critica quem o assiste, dizendo que se trata de um grande besteirol sem a menor função social ou cultural. Mas o BBB persiste por sete anos consecutivos e já engatilha suas próximas edições com a garantia de boas audiências e muitas grandes emoções em torno dos seus corajosos participantes.


Que venha o BBB9!

FALOU E DISSE: Pedro Bial




PEDRO BIAL

jornalista, apresentador do Big Brother Brasil


Qual foi a melhor edição do programa até hoje?

Acredite se quiser, mas aquele de que eu mais gostei até agora foi o BBB 8, porque está com uma dramaturgia que desafia completamentetodas as normas. Não existe um vilão claro. Não existem heróis claros. Não tem o bem contra o mal. Não tem pobre contra rico. E, principalmente, não existe um favorito, sequer dois favoritos absolutos. Esse foi um grupo que tentou esconder muito as coisas e teve essas coisas arrancadas ‘a fórceps’ por um dos participantes. E eu queria saber que roteirista ou autor de filmes, novelas e peças iria construir uma história de um sujeito que sofria imensamente para definir sua orientação sexual, que sofria a ponto de já ter uma vivência homossexual, mas na casa dele não se falava disso, e esse sofrimento ser tamanho que ele teve que ir ao BBB para ali se abrir e dizer: ‘Eu sou gay’. E, aí, o que acontece? Ele se apaixona por uma mulher! Que roteirista iria inventar essa história?


Quando algum participante é eliminado, você cita trechos de poemas, letras de música ou romances. A idéia é passar uma mensagem cultural?

Até resisto a fazer citações, mas algumas gritam, pedem para ser ditas. A maioria das coisas surge da minha cabeça. Tenho zero de preocupação em dar um aspecto cultural ao programa. Acho que tudo é cultura. Big Brother é tão cultura quanto Guimarães Rosa. Tudo é cultura brasileira.


Como a função de apresentadordo BBB se insere na sua carreira?

Foi a grande oportunidade que eu tive de não me levar a sério em público, de me despir do título de jornalista, que as pessoas mitificamtanto. O BBB marca um antes e um depois na minha vida. Você participaria de um reality show? Meu tipo de exibicionismo não é aquele que um reality show demanda. Para que eu me acostumasse a aparecer na frente das câmeras já foi duro... Deus me livre!


Mantém contato com algum ex-BBB?

Falo de vez em quando com o Jean, mas não posso dizer que sou amigo dele. São relações profissionais, mas permeadas de afeto o tempo todo.


Fonte: Revista Quem

PERSONAGEM: Regina Duarte


A atriz Regina Duarte estreou na televisão em 1965, na Excelsior. Quatro anos depois, estrelou “Véu de Noiva”, já na Globo, de onde nunca mais saiu. O título de “Namoradinha do Brasil” veio quando fez a telenovela “Minha Doce Namorada”, em 1971. Essa imagem só seria quebrada aos poucos, consolidando-se de vez o com o seriado “Malu Mulher”, de 1979, um clássico em que se mostrava uma mulher independente, provocando o protesto de diversos grupos conservadores.Um dos seus papéis de maior destaque foi a Viúva Porcina de “Roque Santeiro”, em 1985. Anos mais tarde, viveria outras mulheres maduras de personalidade forte, como a Raquel de “Vale Tudo” (1988), a Maria do Carmo de “Rainha da Sucata” (1990) e as Helenas de Manoel Carlos que interpretou em “História de Amor” (1995), “Por Amor” (1997) e “Páginas da Vida” (2006). Além de excelente atriz, Regina também é uma mulher engajada social e politicamente. Tanto que, em 2002, envolveu-se em polêmica durante a campanha presidencial, ao apoiar o candidato José Serra, afirmando ter medo do que Lula faria na presidência. Na semana passada, Regina esteve em Brasília, ao lado de outros artistas, participando de uma audiência pública no Senado Federal, discutindo projeto de lei que, entre outras medidas, prevê a criação da Secretaria Nacional do Teatro, com o objetivo de estimular a produção artística nacional.


“Meu filho quer sair de casa porque deseja um relacionamentode qualidade comigo. É assim que me sinto em relação à Lei Rouanet: o teatro quer sair de casa e morar sozinho. A relação com o MinC está burocratizada”


Regina Duarte,

atriz socialmente engajada

CINEMA: "Chega de Saudade"

Chega de Saudade: filme está em cartaz no DF
A vida pulsante dos salões de dança. Essa é a espinha dorsal do filme “Chega de Saudade”, que estreou neste fim de semana nos cienmas da capital federal. O segundolonga da diretora Laís Bodanzky (“Bicho de Sete Cabeças”) foi exibidono último Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, do qual saiu com o prêmio de melhor filme pelo júri popular com ares de injustiça por ter perdido para o controverso “Cleópatra” o prêmio oficial do júri. O filme conta, em uma única noite, várias histórias que se cruzamem um salão de baile e leva o espectador ao encontro de personagensque se dão o direito de viver intensamente, independentemente da idade. No elenco, Tônia Carrero, Leonardo Villar, Cássia Kiss, Stephannercessian, Betty Faria, Maria Flor, Paulo Vilhena e a impagável participação de Elza soares e José Loredo (o Zé Bonitinho).

LITERATURA: Brasília em concurso

Brasília em prosa: capital é tema de concurso literário
Estão abertas até o próximo dia 31 as inscrições para o concurso Literatura em Brasília, que premiará com R$ 3 mil o melhor texto escrito sobre a capital federal. O concurso é uma promoção da Administração de Brasília com o objetivo de comemorar o aniversário da cidade. O resultado será divulgado no dia 27 de abril. Os candidatos devem ter idade acima de 16 anos.

TEATRO: Marcelo Médici

Monólogo de Marcelo Médici no Teatro Nacional
O ator Marcelo Médici desembarcaem Brasília nesta semana para três apresentações de sua peça “Cada um com seus probrema”,nos dias 28, 29 e 30 de março na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. A peça tem direção de Ricardo Rathsam e classificação etária de 14 anos. Informações: 8403-4800

MODA: CFW


Capital Fashion Week tem edição extra nesta semana

O Capital Fashion Week, considerado pelos críticos de Moda como o terceiro do gênero no país, caminha para sua quarta edição e, somente em sua última temporada - em setembro passado -, atraiu 40 mil pessoas ao evento. Agora em 2008, pela primeiravez, o CFW terá uma pocket edition de inverno, que será realizada nos dias 27, 28 e 29 de março, no Teatro Nacional Cláudio Santoro. Uma das acracterísticas do evento é receber a presença de diversas personalidades do mundo artístico. Informações: http://www.cfw.com.br/

Além do Plano Piloto




Centro Cultural Sesi, em Taguatinga, inicia programação de 2008

com show gratuito de Jorge Vercillo e a promessa de muito mais


Os brasilienses tiveram nesta última semana um grande privilégio. Principalmente os fãs do cantor Jorge Vercillo, que fez no Centro Cultural do Sesi, em Taguatinga, gratuitamente, a primeira apresentação do seu novo show na abertura do projeto Sesi Cultural, uma parceria do Sesi com a Rede Globo. O evento - realizado no último dia 13 - contou com lotação esgotada - a Sala Yara Amaral do CCS tem espaço para 510 pessoas - e muita gente do lado de fora querendo entrar para conferir o show.


No palco, Jorge Vercillo teve a companhia de Paulo Calzans (teclados), CláudioInfante (bateria), André Neiva (baixo), Vinicius Rosa (guitarra), Jessé Sadoc (sax) e Glauco Fernandes (violino). No repertório, canções do novo álbum e interpretações para músicas de Cazuza, Tom Jobim e Gonzaguinha.Os antigos sucessos, claro, também não ficaram de fora, como “Que nem maré”, “Monalisa” e “Homem Aranha”, além de parcerias com Ana Carolina (“Eu que não sei quase nada do mar”), Flávio Venturini (“Fênix”), Djavan (“Feliz Feliz”) e Maurício Mattar (“Encontro das Águas”).


A turnê “Todos nós Somos um” será oficialmente lançada no dia 26 de abril, no Rio de Janeiro, mas a apresentação no Centro Cultural Sesi foi uma prévia não só do que Vercillo apresentará pelo Brasil afora mas tambémdo que o Sesi-DF e a Rede Globo reservam para o público brasiliense nos próximos meses. “Nosso objetivo é proporcionar o acesso a cultura a comunidade, principalmente daqueles que moram longe do Plano Piloto e muitas vezes não consegue prestigiar algum evento por causa do preço e da distância”, observa o coordenador do Sesi Cultural, Ayres Tovar.


O Sesi Cultural já está em sua quinta edição. Além de incentivar o hábito da cultura na comunidade, o objetivo do projeto é valorizar o artista brasiliense. Nas Quartas Cênicas, por exemplo, já se apresentaram os mais conhecidos grupos teatrais da capital federal, como “Os melhores do mundo”,o quarteto do “G7” e as companhias de comédia “De 4 é melhor” e “Benditosmalditos”. Já as Quintas Musicais, também destinadas à abertura de espaço para apresentação de músicos locais, desde o ano passado têm sido utilizadas como oportunidade para que a comunidade possa estar mais próxima de artistas de renome nacional - que geralmente se apresentam na capital federal em condições pouco acessíveis para classes mais baixas que residem fora do Plano Piloto. No ano passado, por exemplo, nomes como Guilherme Arantes, 14 Bis, Flávio Venturini, Chico César, Renato Teixeira e Cláudio Zoli passaram pelo palco do Centro Cultural Sesi. E, para abril, já está confirmada a apresentação da cantora Isabella Taviani, no dia 10.

FALOU E DISSE: Jorge Vercillo








JORGE VERCILLO


cantor e compositor




Brasília:


Sempre sou muito bem-recebido aqui em Brasília. Para quem vem de fora, é engraçado ver como as pessoas daqui são diferentes do que a gente imagina. Brasília tem uma parte política forte que o Brasil inteiro conhece, mas a questão cultural aqui também é muito intensa. Somente nesta semana em que eu me apresento aqui, fiquei impressionado com a quantidade de shows que estão acontecendo.




Assédio dos fãs:


Adoro falar com fãs. Só não consigoentender muito bem - embora respeite e atenda com o maior prazer - a necessidade que as pessoas têm de tirar fotos. Prefiro dar autógrafos. É estranho porque escrever é mais trabalhoso que posar, mas eu acho mais valioso. Não entendo como para algumas pessoas é mais importante tirar uma foto do que conversar com o artista, bater um papo, trocar idéias. Eu, particularmente, gosto mais de conversar com quem admiro.




Vercillo ou Vercilo?


Vercillo é o meu sobrenome de batismo.No começo, adotei o Vercilo com um “l” por receio das pessoas não entenderem a fonética do meu nome, tipo me chamarem de “Vercilho” ou de “Vercijo”. Mas hoje eu sou mais conhecido e o risco da pronúncia incorreta é menor.




Comparações com Djavan:


Djavan para mim sempre foi um ídolo. Nós dois cantarmos na mesma semana em Brasíliaé uma feliz coincidência. Muitas pessoas ainda nos comparam, o timbre, o estilo, mas já falei muito sobre as comparações entre nós no ano de 2001 e 2002 por todo o Brasil. Não há mais nada para se falar.




Sucesso:


Para se ter sucesso é preciso ter muita força de vontade. Não basta só ter talento. O artista hoje precisa se fazer descobrir e não esperar nada cair do céu. Para se ter uma idéia, eu tenho uns quinze anos de estrada e gravei quatrocds independentes antes de estourar, mas muita gente acredita que eu surgi junto com “Que nem maré’, em 2002. Mas minha experiência no mercado independente me ensinou um pouco como funciona o mercado e isso me ajuda muito. Enfim, é preciso querer mais que muitos.

PERSONAGEM: Fábio Assunção

O ator Fábio Assunção surgiu como galã no início da década de 90 e persiste nesta condição há quase vinte anos. Estreou em novelas na Rede Globo, após um único teste, aos 20 anos de idade na novela “Meu bem meu mal”, no horário nobre. Depois, fez par romântico com Cláudia Ohana em “Vamp” e com Daniella Perez em “De corpo e alma”, antes de interpretar seu primeiro vilão em “Sonho Meu” e o transgressor Marcos Mezenga em “O rei do gado”, seu maior sucesso. Sua vida mudou ao conhecer Gilberto Braga, de quem se tornou um dos atores favoritos, atuando em todos os seus trabalhos desde “Pátria Minha”, em 1994: a minissérie “Labirinto” e as novelas “Força de um Desejo”, “Celebridade” e “Paraíso Tropical”. Fábio atuou também em minisséries, como “Os Maias”, “Mad Maria” e “JK”. No cinema, teve atuações de destaque em “Duas vezes com Helena”, “Sexo, Amor e Traição” e “Primo Basílio”. Fábio agora interpreta pela segunda vez o detetive Remo Bellini no filme “Bellini e o Demônio”, a estrear este ano. Por essa sua atuação, já recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Los Angeles, nos Estados Unidos. Recentemente, Fábio se envolveu em um escândalo pessoal que o afastou da próxima novela das oito, “Juízo Final”, mas seu retorno à telinha já está certo - e será pelas mãos de Gilberto Braga, que o quer como o personagem-título de sua minissérie sobre Tom Jobim, prevista para 2010.


“Nunca tive problemas em fazer um trabalho e alguém compará-lo a outros. Não que me considere a versatilidade em pessoa. Nada disso! Mas acho que eu consigo transitar entre os personagens sem dificuldade, sem interferência, desde quando comecei. Mas acho que à medida que a gente vai ficando mais velho, vai saboreando mais esse nascimento e essa morte.”




Fábio Assunção,

ator

TEATRO: Mosaico


Capital federal ganha novo espaço cultural

O Teatro Mosaico é o novo espaçocultural de Brasília. Localizado na 714/715 Norte, o Teatro abre as portas nesta semana em grande estilo. Na terça-feira, às 20h, quem dá o ar da graça na abertura dos trabalhos é ninguém menos que Antunes Filho, com a peça Prêt-à-porter 8. Na quarta-feira, o diretor e professor Hugo Rodas (foto) apresenta uma aula inaugural sobre teatro. Na quinta-feira, às 21h, Contos do interior, com Vanessa Rocha. Na sexta-feira, tem matinê com O Circo Xaxará, em duas sessões: às 10h e às 17h. No sábado, é a vez do recital Raízes da voz, às 21h. E, para fechar a semana, domingo tem A palavra do filósofo, às 20h. Informações: 3032-1330

MÚSICA: Moraes Moreira


Moraes Moreira faz show no Feitiço Mineiro

Moraes Moreira (foto) é o artista nacional que se apresenta em Brasília nesta semana. O músico baiano traz seu show nesta quarta-feira no Feitiço Mineiro, às 22h, com sucessos como Pombo-correio, Preta Pretinha e Acabou chorare. O couvert custa R$ 40 e o show não é recomendado para menores de 18 anos. Informações: 3272-3032

CINEMA: "O Passado"

O Passado: nas locadoras, o último filme de Autran

Já se encontra nas melhores locadoras o filme “O Passado”, de Hector Babenco, o mesmo diretor de “Carandiru”. O filme - uma co-produção Brasil/ Argentina - é protagonizado por Gael Garcia Bernal e traz Paulo Autran (foto) em sua última participação no cinema. A história fala de um amor que nunca acaba.

TELEVISÃO: BBB8


BBB 8 entra em sua reta final sem grandes emoções

A oitava edição do Big Brother Brasil entra em sua última semana com um saldo de audiência razoável mesmo sem ter alcançado o estrondososucesso da edição anterior. Na semana passada, com a saída do psiquiatra Marcelo, o programa perdeumuito. Apontado como favorito desde o início desta edição, Marcelo aos poucos foi se transformando dentro da casa, ganhando ares de vilão, mas não resistiu ao embate com Rafinha, o outro favorito. Nesta reta final, o programa segue com o favoritismo do pseudo-emo e da piauiense Gyselle e os azarões Marcose Natália. A brasiliense Thatiana deverá ser eliminada neste décimo paredão.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Heróis Anônimos



"O Signo da Cidade" marca a estréia de Bruna Lombardi como roteirista no cinema brasileiro em filme que traz Carlos Alberto Riccelli na direção


A cidade de São Paulo é protagonista de "O Signo da Cidade", primeiro filme dirigido por Carlos Alberto Riccelli, em que Bruna Lombardi atua como atriz e assina o roteiro – o segundo de sua nova carreira, iniciada em Los Angeles. O filme estreou na capital federal no último fim de semana depois de ter sido exibido por aqui no fim do ano passado, durante o IX FIC Brasília, em que saiu com o prêmio de melhor filme pelo júri popular.


"O Signo da Cidade" fala de pessoas - os "milhões de heróis anônimos escondidos numa cidade", como a própria Bruna define ao explicar seu roteiro repleto de vida e morte, risos e lágrimas, luz e sombras, poesia e frieza. A trama gira em torno de uma astróloga que, em seu programa de rádio, escuta e dá conselhos madrugada adentro para pessoas em crise, como a dona de casa que deseja se matar, a dondoca que não tem diálogo em casa, o enfermeiro que luta contra o racismo e dois homossexuais que mergulham na noite em busca de diversão e amor. Limitada, Teca – a personagem – baseia-se na solidariedade e, muitas vezes, sente-se frustrada por não conseguir evitar algumas tragédias. Enquanto isso, sua vida se desenrola com alguns dramas, como o abandono de um marido, o interesse por um vizinho bonitão que está em crise com sua esposa viciada em drogas e o pai que a abandonou na infância e hoje está em estado terminal em um hospital.


O roteiro de Bruna e a direção de Riccelli resultaram em um filme que pode entrar no rol das obras de arte, com um elenco tão estelar quanto o sistema que rege o trabalho da astróloga – com destaque para Juca de Oliveira em interpretação majestosa, Eva Wilma em um inusitado papel e os comediantes Denise Fraga e Luís Miranda em sensíveis atuações dramáticas – e tão anônimo quanto os personagens desenhados na trama – é o caso dos estreantes Laís Marques, Thiago Pinheiro e Kim Riccelli (filho de Bruna e Carlos Alberto). Com forte inspiração em "Crash – No limite", produção americana que ganhou o Oscar de melhor filme em 2006, a história vem com aura poética que faz o espectador se sentir inserido no filme, tendo empatia com os personagens que habitam sob o signo daquela cidade e têm seus destinos cruzados de forma surpreendente. Nesse cenário, nos deparamos com cenas bastante reativas, como a empatia pela dor de um jovem que sai caminhando sem rumo pela cidade após a perda de sua mãe e a revolta pela desagradável, mas hipnotizadora cena da crueldade de dois playboys contra um travesti. Em contraste ao carregado signo da dor que rege boa parte da trama, o roteiro de Bruna nos presenteia com momentos hilários, protagonizados pela positiva personagem de Graziela Moretto, e ainda oscila entre o drama mais singelo e a comédia mais debochada, como o desejo erótico do personagem de Juca de Oliveira, que pede para ver uma mulher nua antes de morrer.

"O Signo da Cidade" choca e agride, chegando a arrancar lágrimas com soluços em alguns momentos. Mas quem é sensível à arte consegue encontrar nos mínimos detalhes a leveza de um roteiro sublime. A Bruna Lombardi, que já havia mostrado sua verve literária em seis romances, o cinema agradece sua contribuição.

FALOU E DISSE: Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli



BRUNA LOMBARDI E
CARLOS ALBERTO RICCELLI
atores e, agora, cineastas


"O Signo da Cidade". Qual a razão do título?
Bruna:
O conceito básico do título é que estamos debaixo do signo dessa cidade, regidos por seu peso. O céu da cidade se mexe e cria os dramas que se escondem atrás da janela dos apartamentos. Para mim, essa idéia remete à espiritualidade, à busca do homem que olha para o céu e pergunta aos deuses se são eles que nos guiam, o quanto é livre escolha, o quanto já está escrito.


Como vocês sintetizariam o filme de vocês?
Bruna:
Quis falar sobre os heróis anônimos. Meu personagem preferido no filme, por exemplo, é um enfermeiro. Tem personagem mais forte que um enfermeiro? É um herói anônimo, ninguém fala deste cara. São estes personagens que quero mostrar: os heróis invisíveis que ninguém fala. Se tivesse que escolher duas palavras para sintetizar o filme, diria dois opostos: solidão e solidariedade. Eu acho que esses são os pilares de uma cidade grande como São Paulo. Uma ação feita aqui interfere em outra pessoa. Um gesto de ajuda aqui salva uma pessoa ali. E o filme sugere que isso é possível.

São Paulo é praticamente a protagonista do filme. Por quê?
Riccelli:
Sempre gostei de observar pessoas nas ruas, a gente vê coisas incríveis. E sempre tento imaginar como é a vida das pessoas atrás das janelas dos apartamentos. O roteiro da Bruna me deu essa chance: acompanhar alguns personagens anônimos da cidade, ver seus dramas, seus sonhos, suas relações. E São Paulo é uma cidade dura e feia, sob muitos aspectos, mas é possível ver beleza nela. Mas poderia ser qualquer cidade do mundo, inclusive Brasília.


Bruna como roteirista e atriz principal, Riccelli como diretor e Kim, o filho, atuou no filme e foi assistente de direção. Como foi o trabalho em família?
Riccelli:
É ótimo trabalhar junto. Claro que, às vezes, discordamos. Mas é como qualquer ambiente de trabalho. O profissionalismo é o mais importante. É sempre ótimo trabalhar com a Bruna. Sabe um diretor de novela que chama alguns atores para sempre trabalharem com ele? E o Kim é bom ator, estudou e mostrou que dá conta do recado.

PERSONAGEM: Rodrigo Santoro

Rodrigo Santoro é o mais internacional dos atores brasileiros. Sua carreira artística no Brasil teve início em 1994, quando ganhou um pequeno papel na novela "Pátria Minha"’. Três anos depois, já era protagonista da novela "O Amor está no ar" e, em 1998, brilhou ao lado de Ana Paula Arósio na minissérie "Hilda Furacão". No cinema, sua estréia foi em 2001, no filme "Bicho de Sete Cabeças", que lhe rendeu vários prêmios de melhor ator, inclusive no Festival de Brasília. Em 2003, iniciou sua carreira internacional com papéis secundários em "As Panteras" e em "Simplesmente Amor". Em 2006, participou da terceira temporada da série "Lost", que está no ar na Rede Globo (em que ele mesmo dubla as falas em inglês de seu personagem). Mas, no ano passado, Santoro brilhou na produção canadense "300", como o rei persa Xerxes, papel de destaque para o qual teve que raspar completamente o cabelo e que lhe rendeu a indicação (ao lado de Jack Nicholson e Meryl Streep) para o prêmio MTV Movie Award de melhor vilão. O ator, que também interpretará o cantor Carlos Gardel no cinema, vai atuar, em 2009, ao lado de John Cusack e Hilary Duff no novo filme do diretor Mark Roper, chamado "Talking Dog".


"Foi escolha minha começar menor, pra poder entender como as coisas funcionam. Não pretendo colocar a carroça na frente dos bois, mergulhar em turbilhão sem idéia do que está acontecendo e ficar perdido. Comecei assim na TV também, com papel pequeno."
Rodrigo Santoro, ator

TELEVISÃO: Troféu Imprensa

Troféu Imprensa premia os melhores da tevê em 2007

Foi ao ar neste domingo no SBT a 50ª edição do Troféu Imprensa, prêmio anual destinado aos maiores destaques da televisão brasileira em diversas categorias.

O ponto alto do programa foi quando Globo e Record precisaram dividir o troféu de melhor novela, com o empate de "Paraíso Tropical" e "Vidas Opostas" como melhores produções do gênero em 2007. Já na categoria melhores atores, deu a novela de Gilberto Braga na cabeça, com Wagner Moura e Camila Pitanga (foto) vencendo por quase unanimidade.


Criado em 1958 pelo jornalista Plácido Manaia Nunes, desde 1971 a premiação é apresentada por Silvio Santos em sua emissora de televisão.

MÚSICA: Jorge Vercillo, Danni Carlos e Djavan

Capital musical: trinca de bons shows na semana

Brasília terá nesta uma semana muito musical. Na quinta-feira (13), Jorge Vercillo em show intimista e gratuito no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga, às 20h, com retirada de ingressos às 18h. Na sexta (14), Danni Carlos, às 22h, no Centro de Convenções. No mesmo local, Djavan se apresenta no sábado e no domingo (15 e 16).

TEATRO: Ode aos estagiários

Profissão: estagiário é a boa do Sesi Cultural

O Sesi Cultural apresenta nesta quarta-feira a peça "Profissão: estagiário", da Cia de Comédia BenDitosMalDitos. A peça representa jocosamente um dia de dificuldades de um universitário que perde o seu estágio e enfrenta a dura saga de arrumar um novo estágio entre inusitados patrões. Às 20h, no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga. E o que é melhor: de graça.

CINEMA: Primo Basílio em DVD

Primo Basílio em versão rodriguena nas locadoras

Clássica trama de adultério do português Eça de Queiroz, "Primo Basílio" ganhou versão para o cinema brasileiro pelas mãos de Daniel Filho, o mesmo que produziu a minissérie homônima para a Rede Globo. Neste filme, lançado no ano passado e que chega agora às locadoras, a história é transferida de Lisboa para São Paulo da década de 50, numa aura que remete às histórias igualmente clássicas de Nelson Rodrigues. No elenco, Fábio Assunção (no papel-título), Débora Falabella, Reynaldo Gianechinni e Glória Pires em uma interpretação espetacular.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Março musical



Programação de 2008 na área de shows tem início com um variado cardápio de artistas nacionais. Djavan, Rita Lee, Maria Rita, Jorge Vercilo e Danni Carlos são as principais atrações nacionais do mês de março na capital federal



Rita Lee comemora quarenta anos de uma carreira vitoriosa. Desde a época de Os Mutantes, a rainha do rock brasileiro acumula grandes sucessos como "Ovelha negra", "Mania de você", "Jardins da babilônia", Flagra", "Doce vampiro", "Lança perfume", "Mutante". A trajetória da cantora pôde ser revivida em sua apresentação única na capital federal neste último sábado, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães". Com este show, Brasília deu início, oficialmente, ao seu cardápio de grandes apresentações musicais brasileiras para o ano de 2008. E março promete ser um mês repleto de grandes atrações, como Maria Rita, Jorge Vercilo, Danni Carlos e Djavan.


Nesta sexta-feira (7), é a vez de Maria Rita subir ao palco brasiliense para apresentação de sua turnê "Samba Meu", que dá nome também ao seu mais recente álbum – o terceiro da carreira da balzaqueana filha de Elis Regina e César Camargo Mariano. Do repertório do show, que será apresentado no Marina Hall, fazem parte os novos sucessos da cantora – os sambas "Tá perdoado" e "Num corpo só" - e também os mais antigos – como "Encontros e despedidas", "A festa" e "Cara valente".


Na próxima semana, o brasiliense terá opções diversificadas de shows para prestigiar. Na quinta-feira (13), dando início à bem-sucedida parceria entre o Sesi-DF e a Rede Globo Brasília – que oferece acesso à cultura de forma gratuita à comunidade -, o cantor Jorge Vercilo abre a temporada 2008 das Quintas Musicais no Centro Cultural Sesi em Taguatinga com o show "Todos nós somos um", em que relembrará sucessos de sua carreira, como "Que nem maré", "Fênix" e "Homem Aranha".


No dia seguinte (14), quem dá o ar da graça no Centro de Convenções Ulysses Guimarães é a cantora Danni Carlos, com a apresentação de seu último disco. "Música Nova" é o primeiro álbum autoral da cantora, que iniciou sua carreira em 2003 com a garvação do CD "Rock´n´Road", em que fez releituras de sucessos da música pop norte-americana.. No repertório, os hits "Coisas que eu sei" e "O seu lugar", que são temas de novelas em exibição na Rede Globo.


E, para fechar a semana, o palco do Centro de Convenções receberá Djavan nos dias 15 e 16 (sábado e domingo) com o show "Matizes", que é título do seu 18º álbum. O artista apresentará novos hits - como "Delírio dos mortais", um samba-exaltação ao Rio de Janeiro que também consta na trilha sonora de "Duas Caras" - e sucessos que marcaram sua bem-sucedida carreira – como "Meu bem-querer", "Oceano", "Nem um dia", "Linha do Equador" e "Correnteza", que embalaram cenas de outras novelas ao longo das últimas décadas.


Com esse cardápio de boas opções, você só precisa decidir qual delas abre mais o seu apetite musical, comprar seu ingresso e curtir.

FALOU E DISSE: Rita Lee



RITA LEE
cantora de rock


Mais uma vez em Brasília. O que acha do público da capital?
O público de Brasília é maravilhoso, bem diferente dos políticos malandros que poluem nossa capital...


O que destaca nessa trajetória de sucesso? Se arrepende de alguma coisa?
Neste ano, estarei comemorando 41 anos de carreira. Em minha trajetória, destacaria meu privilégio por sobreviver de música durante tanto tempo. Mas me arrependo de ter participado do primeiro Rock in Rio, em 85.



Como lida com o assédio dos fãs? Gosta do sucesso?
Meus fãs são educados e carinhosos. Sou consciente de que dependo deles então me custa nada retribuir a atenção que merecem. Mais do que do sucesso, gosto da grana que vem junto com ele.


"Em todos os tempos existiram os bons e os nem tanto. Quando alguma coisa ferir seus ouvidos, basta desligá-los"

Na sua opinião, a música no Brasil melhorou ou piorou nos últimos anos?
O que acha da febre do funk?
O Brasil continua um celeiro de talentos. Em todos os tempos existiram os bons e os nem tanto. Quando alguma coisa ferir seus ouvir, basta desligá-los. Já tivemos várias febres e, em como toda febre, é só tomar uma vitamina C e cama. Mas se você tiver bom humor, entre na dança e aproveite o barato que dá.



O que o Pic Nic tem de especial? É a sua melhor turnê?
Nem melhor nem pior. Cada turnê é diferentemente igual ou igualmente diferente, como você preferir.



Qual mensagem você deixa para aqueles artistas que estão começando?
Compor, compor e compor.



E uma mensagem especial para o público de Brasília?
Fernando Gabeira para presidente!


Fonte: Tribuna do Brasil

PERSONAGEM: Marcos Frota

Marcos Frota iniciou sua carreira como ator na novela "Escrava Isaura", em 1976, mas o sucesso bateu em sua porta quando interpretou o alucinado Téo de "Vereda Tropical", oito anos depois. De lá para cá, ingressou em uma trajetória de vários papéis de sucesso na tevê, com destaque para a interpretação de personagens complexos como o surdo-mudo Tomás de "O sexo dos anjos", o apaixonante Tonho da Lua do remake de "Mulheres de Areia" e o cego Jatobá de "América", seu mais recente trabalho em novelas. Paralelamente ao trabalho de ator de novelas, Frota mantém um circo, em que ele próprio costuma atuar no trapézio, como fazia seu personagem Rick, de "Cambalacho", em 1986. O Grande Circo Popular do Brasil já rodou o mundo e gerou a Universidade Livre do Circo (Unicirco), que tem sede em Vinhedo (SP) e o objetivo de formar novos talentos circenses. Aqui em Brasília, o Grande Circo Popular do Brasil tem público cativo e levanta lona ao lado do Estádio Mané Garrincha, neste fim de semana. Paralelamente, Marcos Frota ainda articula a instalação na capital federal da Unicirco, no que encontra total interesse na área de política cultural da cidade.




"Além de exercer meu ofício, acredito que posso contribuir de alguma maneira para que as minorias e as pessoas com dificuldade possam descobrir caminhos para encontrar
a felicidade."


Marcos Frota,

ator e dono de circo

Cinema: Mulheres Sexo Verdades Mentiras


Mulheres: filme com Júlia Lemmertz em cartaz
Chega às salas de cinema de Brasília o filme de estréia de Euclydes Marinho como diretor. "Mulheres Sexo Verdades Mentiras" traz a atriz Júlia Lemmertz (foto) como protagonista, no papel de uma mulher infeliz no casamento que busca no sexo casual uma alternativa para sua vida monótona e ainda utiliza seu trabalho como documentarista para entrevistar outras mulheres a respeito do assunto. Bem feminista, o filme é boa opção para quem deseja comemorar o Dia Internacional da Mulher neste fim de semana. Em cartaz no Cine Academia e no Embracine Casa Park.



Tropa de Elite chega às locadoras
Depois de mobilizar toda a opinião pública no ano passado ao circular como cópia pirata antes de sua exibição nos cinemas, o filme "Tropa de Elite" já está disponível em DVD original. E chega nas locadoras em bom momento, já que foi premiado recentemente com o Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cinema de Berlim.

Teatro: Edson Celulari como Dom Quixote


Edson Celulari apresenta Dom Quixote de Lugar Nenhum
No árido sertão nordestino, Dom Quixote de Lugar Nenhum, personagem vivido por Edson Celulari em peça homônima escrita por Ruy Castro, se adapta à realidade, costumes e problemas sociais brasileiros para trazer o anti-herói mais conhecido da literatura mundial – Dom Quixote de La Mancha, do espanhol Miguel de Cervantes – aos palcos da capital federal, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional.


A peça fica em cartaz nos dias 7, 8 e 9 de março, com ingressos a R$ 70 (inteira) na sexta e no domingo - no sábado, sobe para R$ 80. Meia-entrada para estudantes, idosos e doadores de um quilo de alimento não-perecível. Informações: 3325-6239 ou 8403-4800.

Televisão: nova novela da Globo


Globo inicia produção de nova novela das seis
A Rede Globo já deu o pontapé inicial para os trabalhos de sua próxima produção para o horário das seis: "Ciranda de Pedra", de Alcides Nogueira. Baseada na obra de Lygia Fagundes Telles, a trama será um remake de uma novela que a emissora levou ao ar em 1981. Nesta versão, os protagonistas serão Ana Paula Arósio (foto), Marcello Anthony, Marco Ricca e a estreante Tammy di Calafiori. A previsão de estréia é 5 de maio.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Trovador solitário e eterno




Renato Russo mantém-se presente no imaginário coletivo com suas
músicas e homenagens na tevê, no teatro e no cinema



Passaram-se onze anos desde que o cantor e compositor Renato Russo morreu e, ainda hoje, sua presença está mais do que viva. Sua despedida do mundo dos vivos aos 36 anos de idade não calou sua voz. Ao contrário: suas músicas e letras nunca foram tão atuais. Um exemplo é o hino "Que País É Este?", composta nos anos 70, gravada nos 80, atuante na década de 90 e cada vez mais presente nos anos 2000. Assim como esta, dezenas de criações do finado vocalista da Legião Urbana continuam comovendo pessoas de todas as gerações. Por esse motivo – a não-perecível representatividade do artista junto ao público brasileiro -, Renato Russo não é esquecido e a mídia faz questão de trazer à tona a sua memória.


Com uma incrível semelhança física, o ator Bruce Gomlevsky decidiu que queria interpretar Renato Russo. A partir daí, juntamente com a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho, iniciou uma pesquisa minuciosa: entrevistas com parentes e amigos e consultas a livros como "Renato Russo, um Trovador Solitário", do crítico de música e jornalista Arthur Dapieve. O resultado foi o monólogo "Renato Russo", em que Gomlevsky dá vida ao líder da Legião Urbana e passa duas horas em cena acompanhado apenas da banda Arte Profana. O espetáculo, que já teve algumas apresentações em Brasília, retorna à capital federal um ano depois em temporada que segue de 29 de fevereiro a 2 de março, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional. O preço, para variar, é bem salgado: R$ 80 (inteira), chegando a R$ 100 no sábado.


A peça começa na adolescência de Renato Russo em Brasília, época em que ele passou dois anos numa cadeira de rodas por causa de um mal ósseo chamado epifisiólise. O roteiro ainda passa pela banda Aborto Elétrico, pelo o sucesso da Legião Urbana, pelo nascimento do filho Giuliano e sua homossexualidade. Segundo Bruce, é um espetáculo fora dos padrões: é peça, show, tem projeções e banda ao vivo. "Eu procuro, com a maior humildade possível, me aproximar dele, mas sou só um ator, não um cantor", diz Gomlevsky, que, também já emprestou sua interpretação para o especial "Por Toda a Minha Vida", realizado pela Rede Globo em homenagem ao músico no ano passado.


Além do especial televisivo e do espetáculo teatral, três filmes relacionados a Renato Russo estão em pré-produção. "Religião Urbana", de Antonio Carlos da Fontoura, retrata a vida do artista no período dos 17 aos 23 anos. Já os roteiros de "Faroeste Caboclo", de Paulo Lins e direção de René Sampaio, e "Eduardo e Mônica", de Denise Bandeira, amiga de Russo, são inspirados nas letras das músicas homônimas. "Nós, da família, não esperávamos isso. Afinal, dizem que este é um país sem memória. Achávamos que, dois anos depois de morrer, ele já estaria esquecido. Mas parece que os fãs estão aumentando", diz Carmen Teresa Manfredini, irmã do cantor.

FALOU E DISSE





BRUCE GOMLEVSKY
intérprete de Renato Russo



Quem foi Renato Russo para você?
Cresci ouvindo Legião Urbana. Eles foram a voz de uma geração. Passei minha adolescência ouvindo rock tanto nacional quanto internacional: Barão Vermelho, Titãs... O Renato foi muito importante como artista e pessoa. Tentei fazer uma homenagem legal com a peça.



Quando leu a biografia de Renato Russo, o que te chamou atenção para ver ali uma peça de teatro?
A trajetória dele. Ele teve uma vida breve, morreu aos 36 anos. Mas deixou um legado imenso. O Renato sofreu muito, ficou doente. Tentou levar uma vida bonita. Quando li o livro me deu um estalo. Ali estava uma peça bacana, uma homenagem ao Renato, espero fazer jus. Faço a peça com a maior humildade. A legião de fãs dele também é impressionante.



Como foi a preparação para a criação?
Produzi durante dez anos a peça e durante dois pesquisei todas as imagens, entrevistas, vi os vídeos, entrevistei os amigos, visitei a casa de Renato. Os pais dele me possibilitaram momentos emocionantes. Pude ver os manuscritos, os livros, os CD´s, os desenhos, tudo o que ele tinha. Até como fã foi emocionante.



"Renato ruma à eternidade"




Por que depois de tanto tempo da morte de Renato Russo ele continua sendo tão lembrado?
Ele fala de coisas universais. Cantava na primeira pessoa e o público se identifica. A música dele não é datada. Quem nasceu 200 anos antes ou 200 anos depois se emociona. Renato era um poeta que falava de uma geração. E essa nova geração era muito pequena quando ele morreu. Mas vem aqui, assiste à peça e sabe tudo sobre ele. Ele fez uma obra muito profunda que fala de ética, amizade, amor... coisas que tocam qualquer jovem de qualquer metrópole. Renato ruma à eternidade.



Como foi a reação de quem conviveu com o Renato ao ver a peça?
Estou tendo um feedback bacana. Tento colocar a alma do Renato em cena.



Fonte: Ego

PERSONAGEM



Miguel Falabella é o maior multimídia brasileiro. Ele, que começou como ator de teatro, foi parar no cinema como um dos jovens atores-revelação do filme "O sonho não acabou" - sobre um grupo de jovens alienados de Brasília - e seguiu para a telinha, na novela "Sol de Verão". Daí, não parou mais. Querendo ser mais que ator, estreou no teatro como dramaturgo e, em 1996, levou a tevê sua primeira novela, "Salsa & Merengue", ao mesmo tempo em que caía no gosto da massa como o Caco Antibes do humorístico "Sai de baixo" e já apresentava o programa "Video Show" há alguns anos. Em 2005, lançou sua segunda novela, "A lua me disse" e, em 2007, colocou na grade da Globo o primeiro sit com de sua autoria, "Toma lá, dá cá". Agora, estréia neste fim de semana no cinema com o filme "Polaróides Urbanas", que reforça ainda mais em Falabella o rótulo de Almodóvar brasileiro, já observado no estilo das histórias que já levou à tevê. Trata-se de uma comédia escrachada que liga diversos personagens tão caricatos como os do diretor espanhol: Marília Pêra no papel de gêmeas antagônicas, Arlete Salles como uma atriz que surta no palco e Natália do Valle como uma psicanalista cuja filha é uma quase-suicida. Para quem gosta do estilo almodovariano, essa é, sem dúvida, uma boa pedida.

"Esse roteiro foi o exercício de buscar um olhar para o cinema que fosse elegante, mas sem pretensão. Eu não consigo assistir a cinema de mercado sem assinatura.
Gosto de cinema com a marca do diretor. "
Miguel Falabella,
ator, autor, diretor e produtor de tevê, teatro e cinema

Cinema: Teste de Audiência


Teste de Audiência: Caixa exibe longa brasiliense

Nesta terça-feira, no Teatro da Caixa, será exibido o filme "Simples Mortais", do cineasta brasiliense Mauro Giuntini, com entrada gratuita. A exibição faz parte do projeto Teste de Audiência, atividade que visa aproximar o cinema brasileiro do público por meio da exibição, uma vez por mês, de um filme ainda inédito, em fase de montagem, para que os espectadores debatam, critiquem e sugiram o seu aprimoramento.

"Simples Mortais" foi exibido na última edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi premiado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal como melhor longa-metragem produzido no DF.
Cartagena: dois filmes brasileiros na disputa

Os filmes brasileiros "O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamberger, e "É Proibido Proibir", de Jorge Duran, foram selecionados para mostra competitiva do 48º Festival Internacional de Cinema e Televisão de Cartagena, que começará em 29 de fevereiro nessa cidade colombiana. As duas produções brasileiras vão disputar o principal prêmio do evento. O anúncio dos ganhadores vai acontecer no dia de 7 de março.

Música: Rita Lee


Rita Lee: rainha do rock vem fazer pic nic na côrte


No próximo dia 1º, a côrte brasiliense receberá a visita da rainha do rock brasileiro. A cantora Rita Lee chega em Brasília com uma única apresentação de sua turnê Pic Nic, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. No repertório, sucessos de todas as fases de sua carreira. Além dos hits, ela apresentará músicas que há bastante tempo não canta ao vivo, e também duas inéditas. Informações: 3964-0004

Televisão: Rodrigo Santoro em "Lost"


Série americana com Rodrigo Santoro estréia na Globo

Após sua participação-relâmpago em filmes como "As Panteras" e "Simplesmente Amor", Rodrigo Santoro é o ator brasileiro mais conhecido no mundo atualmente, depois de conquistar espaço em Hollywood com a atuação no filme "300", que lhe rendeu uma indicação de melhor ator no MTV Movie Award. A partir desta semana, os fãs brasileiros do ator poderão conferir sua participação na terceira temporada de "Lost", a série americana mais comentada dos últimos tempos. Rodrigo Santoro vive Paulo, um brasileiro que vai parar na misteriosa ilha. A série estréia nesta terça-feira (26) na Rede Globo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

No ar: beleza, ética e amizade



Globo estréia de uma única vez a nova novela das sete
"Beleza Pura" e a minissérie "Queridos Amigos"


Nesta segunda-feira, a Rede Globo apresenta ao seu público dois novos trabalhos. Às 19h, entra no ar o primeiro capítulo da nova novela. "Beleza Pura" marca a estréia da autora Andréa Maltarolli, sob a supervisão do já experiente Sílvio de Abreu. Um pouco mais tarde, após o Big Brother Brasil, entra em cena a nova minissérie da emissora, "Queridos Amigos", de Maria Adelaide Amaral, que, por coincidência, também foi lançada por Silvio de Abreu.


Beleza Pura" pode ser definida como mais uma comédia romântica típica do horário: um casal de mocinhos lutando contra os vilões em meio a uma trama marcada pelo universo da beleza, da estética e do culto ao corpo. O tema pode parecer pouco original, mas a autora deixa bem claro que é um trabalho diferente do que já foi feito. "A busca da beleza já foi mais do que criticada. Agora, vamos falar sobre ética e estética. A filosofia não separa essas duas coisas e eu também não. Vamos mostrar os tratamentos de estética que existem hoje em dia, mas também vamos falar sobre a busca do Guilherme (Edson Celulari), para se tornar uma pessoa mais ética", esclarece Andrea Maltarolli. Seu supervisor, Silvio de Abreu, cuja última novela – "Belíssima" - tratava exatamente do mesmo tema, reendossa: "Acho que a inovação da novela é a própria autora. A maneira como ela constrói cada cena é muito inteligente e muito original!".


Já o trabalho atual de Maria Adelaide Amaral, "Queridos Amigos", é ambientado nos últimos dias dos anos 80 e marca o reencontro de um grupo de nove amigos que se conheceram no auge da ditadura. "Gosto desse tema da amizade e de falar do efeito do tempo na vida das pessoas", observa Dan Stulbach, cujo personagem foi inspirado no jornalista Décio Bar, amigo de Maria Adelaide desde os tempos de colégio que faleceu em 1991. A minissérie é adaptação de um livro que a própria autora publicou em 1992, chamado "Aos Meus Amigos".


Ao contrário dos últimos sucessos da autora - as minisséries "A Muralha", "A Casa das Sete Mulheres", "Um Só Coração" e "JK"- "Queridos Amigos" não é uma trama de época, mas alguns acontecimentos históricos serão revividos, como os horrores da ditadura e, na segunda fase, a primeira eleição direta para presidente após 20 anos, os cem anos da República, a queda do Muro de Berlim e o cenário econômico brasileiro, com inflação pela casa dos 50% ao mês. "Esta é a minha vida", sintetiza Maria Adelaide Amaral.


Renovação
Segundo Silvio de Abreu, um dos mais consagrados autores de novelas do país, as novelas brasileiras podem estar com seus dias contados por falta de autores. Ele diz estar fazendo sua parte, após lançar novos autores, como Maria Adelaide, Andréia, Elizabeth Jhin ("Eterna Magia") e João Emanuel Carneiro ("Da Cor do Pecado"). E deixa seu recado aos colegas: "Os novelistas precisam deixar a vaidade de lado e passar seus conhecimentos adiante. Não somos eternos".

FALOU E DISSE



ANDRÉA MALTAROLLI
autora de "Beleza Pura"


Você foi uma das criadoras de "Malhação", colaborou com humorísticos como "Escolinha do Professor Raimundo" e "Zorra Total" e hoje assina a próxima novela das sete, "Beleza Pura". O que faz uma boa novela?


Depende do que é uma boa novela para você. Tem gente que liga em um horário apenas para ver determinado personagem ou ator. Eu me ligo mais na história e nas pequenas situações que ocorrem paralelamente à trama. Um bom personagem é um personagem verdadeiro. Mesmo em uma comédia pastelão, ele tem que existir, o público deve ser capaz de falar sobre ele como se o conhecesse, prever suas reações, dizer ‘ah, fulano faria’ ou ‘não faria isso’.


O que é um novelista?


São as modernas Sherazades. Têm que contar uma história por dia e terminar cada capítulo prendendo a atenção do público para o seguinte. Se não for assim, ‘morre’.


Qual o papel da teledramaturgia hoje?


Em primeiro lugar e sempre, entreter. As grandes ideologias, as absolutas, morreram. Hoje damos importância à individualidade e à cidadania. O novelista participa disso, tem uma função quase jornalística de repercutir e mostrar o que se passa e editorialista quando comenta e opina sobre a realidade.


Silvio de Abreu diz que as tramas andam mais preocupadas com tecnologia do que com emoção. Você faz coro com o autor?

A essência da novela é a emoção. A excelência da técnica e o imenso trabalho que ela dá acabam por nos afastar da emoção. Um ‘Big Brother’ da vida faz tanto sucesso porque é o mais próximo da emoção verdadeira que a TV tem chegado atualmente. O resgate começa com a conscientização do problema.


Qual a expectativa com a estréia? Teme fracassar?


Minha expectativa é que a novela divirta as pessoas. Fracasso é uma coisa muito aborrecida, mas todo mundo passa por ele. Novela não é ciência exata.


Fonte: Agência Estado