ANDRÉA MALTAROLLI
autora de "Beleza Pura"
Você foi uma das criadoras de "Malhação", colaborou com humorísticos como "Escolinha do Professor Raimundo" e "Zorra Total" e hoje assina a próxima novela das sete, "Beleza Pura". O que faz uma boa novela?
Depende do que é uma boa novela para você. Tem gente que liga em um horário apenas para ver determinado personagem ou ator. Eu me ligo mais na história e nas pequenas situações que ocorrem paralelamente à trama. Um bom personagem é um personagem verdadeiro. Mesmo em uma comédia pastelão, ele tem que existir, o público deve ser capaz de falar sobre ele como se o conhecesse, prever suas reações, dizer ‘ah, fulano faria’ ou ‘não faria isso’.
O que é um novelista?
São as modernas Sherazades. Têm que contar uma história por dia e terminar cada capítulo prendendo a atenção do público para o seguinte. Se não for assim, ‘morre’.
Qual o papel da teledramaturgia hoje?
Em primeiro lugar e sempre, entreter. As grandes ideologias, as absolutas, morreram. Hoje damos importância à individualidade e à cidadania. O novelista participa disso, tem uma função quase jornalística de repercutir e mostrar o que se passa e editorialista quando comenta e opina sobre a realidade.
Silvio de Abreu diz que as tramas andam mais preocupadas com tecnologia do que com emoção. Você faz coro com o autor?
A essência da novela é a emoção. A excelência da técnica e o imenso trabalho que ela dá acabam por nos afastar da emoção. Um ‘Big Brother’ da vida faz tanto sucesso porque é o mais próximo da emoção verdadeira que a TV tem chegado atualmente. O resgate começa com a conscientização do problema.
Qual a expectativa com a estréia? Teme fracassar?
Minha expectativa é que a novela divirta as pessoas. Fracasso é uma coisa muito aborrecida, mas todo mundo passa por ele. Novela não é ciência exata.
Fonte: Agência Estado
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