A estréia de Walcyr Carrasco no horário das sete chega ao fim nesta semana cheia de críticas aos seus “Sete Pecados”. Priscila Fantin, Reynaldo Gianechinni e Giovanna Antonelli: protagonistas de caráter dúbio confundiram o público do horário
A proposta inicial era boa. Contar a história de uma moça cheia de pecados que, em nome do amor a um homem, vai se transformando em uma pessoa virtuosa. Na novela “Sete Pecados”, cada núcleo de personagens tem como característica um pecado exacerbado. Mas essa miscelânea de personagens bons e maus ao mesmo tempo fez com que o resultado ficasse aquém do esperado: a novela chega ao fim nesta sexta-feira sem ter emplacado e a trama foi se perdendo pelo caminho.
Autor de grandes sucessos no horário das seis da Rede Globo - como “O Cravo e A Rosa”, “Chocolate Com Pimenta” e “Alma Gêmea”- , Walcyr Carrasco foi promovido à “faixa das sete” em sua primeira novela urbana e contemporânea. O elenco foi escolhido a dedo com o que havia
de melhor disponível no momento. A dobradinha com Jorge Fernando já vinha de duas campeãs de audiência anteriores. Entretanto, o trio principal formado por Priscila Fantin, Reynaldo Gianechinni e Giovanna Antonelli não passou nem perto do que a mesma Fantin protagonizou ao lado de Eduardo Moscovis e Flávia Alessandra na novela anterior do mesmo autor.
A trama foi sofrendo várias reviravoltas. No meio do caminho, por exemplo, Paulo Betti foi chamado para dar vida ao supostamente falecido pai da protagonista. A partir disso, a riquinha mimada ficou pobre e a dona de casa pobretona se tornou milionária. Nem assim a audiência reagiu. Mas reviravolta mesmo aconteceu quando a grande vilã da história, vivida por Cláudia Raia, foi literalmente “explodida” da trama. Não se sabe ao certo se a saída da personagem estava mesmo prevista ou se a atriz criou algum tipo de problema na emissora e teve de ser afastada. O fato é que a novela criou um novo rumo, criando-se a expectativa sobre quem armou
a bomba que matou a vilã. O velho quem-matou está de volta - mas sem muita polêmica em seu redor.
Vamos lá, a novela teve seus pontos positivos. A interpretação de Elizabeth Savalla, por exemplo, mais uma vez, deu o tom de comédia escrachada ao texto de Carrasco com sua perua obstinada pela estética e seu bordão: “Oh, vida tirana!”. O humor também marcou a história de amor entre a “anja” Custódia (Cláudia Jimenez) e o “mortal” Adriano (Rodrigo Phavanello), sempre às voltas com a tal tatuagem que o rapaz carrega em suas partes baixas - outro mistério da trama, este, sim, alvo de discussões. E, para terminar, atores consagrados como Ary Fontoura e Nicette Bruno também emocionaram com a doce e sensível história de amor maduro de Romeu e Juju. Essa trama, aliás, por si só, já valeria a novela.
No final, aos trancos e barrancos, “Sete Pecados” é uma boa novela e Walcyr Carrasco - que já provou várias vezes que sabe como fazer uma boa novela - não deixa de ser um bom autor por causa desse deslize. Afinal, atire a primeira pedra aquele que nunca pecou.
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