segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

FALOU E DISSE



WALCYR CARRASCO
autor de “Sete Pecados”


Você vem de novelas de sucesso desde “Xica da Silva”, na extinta Manchete. Como está sendo a sensação de terminar uma novela que não repercutiu da mesma forma que as outras, como “Chocolate Com Pimenta” e “Alma Gêmea”?


Todo autor um dia vai passar por uma experiência de fracasso. Já passei por isso algumas
vezes, mesmo na Globo, com “A Padroeira”. Temos que estar preparados, sabendo que não
vamos nos atirar do terraço se acontecer. Medo, a gente sempre tem. Eu, por exemplo, não relaxo nunca.


Beatriz é uma personagem de caráter dúbio, que começou a história como vilã. Em “Eterna Magia”, a personagem de Malu Mader também tinha um perfil parecido. A que se deve isso?


Acho que as personagens citadas refletem muito uma nova tendência de roteiro que foge um pouco dos estereótipos de narrativa clássica, que ainda tentam vender um maniqueísmo para os mais conservadores. Os tempos mudaram e ninguém é mais tão bonzinho... Eu ainda prefiro as mocinhas romãnticas, mas confesso que as mais atrevidas me atraem...



Você acha que essa nova tendência seja a responsável pela queda na audiência de algumas novelas recentes?


Não creio que a diminuição de audiência se dê pela ausência de um maniqueísmo explícito. Na
minha opinião, essa não é uma crise das novelas da Globo. É uma tendência do veículo TV. O número de aparelhos ligados no horário nobre é cada vez menor, as pessoas têm procurado outras formas de diversão. Essa audiência não migra, ela simplesmente deixa de existir, vai para outros veículos e não necessariamente para outras emissoras.



Sua estréia na Globo foi em novela das seis e “Sete Pecados” marcou uma subida de degrau. Está em seus planos chegar ao tão sonhado horário nobre?


Em primeiro lugar, não acredito nessa história de subir degrau. Acho uma bobagem tachar os
autores pelo horário. “Alma Gêmea” parou o país e equiparou-se à novela das oito. Top de linha é fazer sucesso e autor não tem que ser só de um horário. Mas eu penso, sim, em escrever uma
novela das oito.

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