sexta-feira, 4 de abril de 2008

FALOU E DISSE: Fernanda Montenegro





FERNANDA MONTENEGRO

atriz de TV, teatro e cinema




A última novela que contou com sua participação foi “Belíssima”, em 2005, e, ainda assim, sua presença não ficou o tempo todo no ar. Quando todos acharam que não a veriam mais na tevê, vem essa surpresa com “Queridos Amigos”. Foi seu último trabalho na telinha ou o público brasileiro terá mais surpresas?

Acho complicado fazer previsões. Confesso que já disse que ia parar e não parei. Todo mundo já ia parando, todo mundo vai parar e de repente volta. Mas novelas realmente não estão em meus planos. Novela é uma viagem mortal. Não tenho mais pique para encarar meses de trabalho. Prefiro minisséries.




2007 marcou a sua estréia no cinema internacional com a participação
no filme “O Amor nos Tempos do Cólera”. O diretor Mike Newell a definiu como “a deusa que dispensa apresentações”. Como foi a experiência?


Era estranho para uma atriz na parte final da carreira, mas encarei como um desafio porque eu já nem tinha mais ambição lá fora. E foi gratificante fazer parte de um elenco latino, pertencente a um continente tão esquecido pelo resto do mundo.




O que ficou da experiência de ter concorrido ao Oscar?


Para a idade que já tenho, foi surpreendente. Isso geralmente acontece no máximo aos 40 anos e me aconteceu aos 70. Rodei o mundo e depois voltei para casa, para meu ponto de partida. Foi isso. Prefere tevê, teatro ou cinema?Já vivenciei os três veículos e experimentei
as melhores emoções possíveis. Na minha idade, hoje eu digo que prefiro o cinema. Mas não fecho portas. A televisão faz parte da nossa vida, de um processo de convívio artístico. Acho que não há no mundo inteiro nada igual à tevê no Brasil.




“Tropa de Elite” foi o maior sucesso do cinema brasileiro em 2007, em parte porque o público assistiu ao filme antes de sua estréia no cinema. Qual sua opinião sobre a pirataria?


Não defendo o comércio pirata de filmes. No entanto, a piarataria é paradoxal. Ela permite que as massas assistam filmes que não teriam como ver no cinema. Não é uma coisa boa, mas a propaganda foi positiva para o filme.

Um comentário:

dudatriz disse...

EXCELENTE entrevista com o maior ícone da nossa cultura. PARABÉNS, Patrick e equipe. Show de Bola. Trabalho mais profissional que muitos que já vi por aí