segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Trovador solitário e eterno




Renato Russo mantém-se presente no imaginário coletivo com suas
músicas e homenagens na tevê, no teatro e no cinema



Passaram-se onze anos desde que o cantor e compositor Renato Russo morreu e, ainda hoje, sua presença está mais do que viva. Sua despedida do mundo dos vivos aos 36 anos de idade não calou sua voz. Ao contrário: suas músicas e letras nunca foram tão atuais. Um exemplo é o hino "Que País É Este?", composta nos anos 70, gravada nos 80, atuante na década de 90 e cada vez mais presente nos anos 2000. Assim como esta, dezenas de criações do finado vocalista da Legião Urbana continuam comovendo pessoas de todas as gerações. Por esse motivo – a não-perecível representatividade do artista junto ao público brasileiro -, Renato Russo não é esquecido e a mídia faz questão de trazer à tona a sua memória.


Com uma incrível semelhança física, o ator Bruce Gomlevsky decidiu que queria interpretar Renato Russo. A partir daí, juntamente com a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho, iniciou uma pesquisa minuciosa: entrevistas com parentes e amigos e consultas a livros como "Renato Russo, um Trovador Solitário", do crítico de música e jornalista Arthur Dapieve. O resultado foi o monólogo "Renato Russo", em que Gomlevsky dá vida ao líder da Legião Urbana e passa duas horas em cena acompanhado apenas da banda Arte Profana. O espetáculo, que já teve algumas apresentações em Brasília, retorna à capital federal um ano depois em temporada que segue de 29 de fevereiro a 2 de março, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional. O preço, para variar, é bem salgado: R$ 80 (inteira), chegando a R$ 100 no sábado.


A peça começa na adolescência de Renato Russo em Brasília, época em que ele passou dois anos numa cadeira de rodas por causa de um mal ósseo chamado epifisiólise. O roteiro ainda passa pela banda Aborto Elétrico, pelo o sucesso da Legião Urbana, pelo nascimento do filho Giuliano e sua homossexualidade. Segundo Bruce, é um espetáculo fora dos padrões: é peça, show, tem projeções e banda ao vivo. "Eu procuro, com a maior humildade possível, me aproximar dele, mas sou só um ator, não um cantor", diz Gomlevsky, que, também já emprestou sua interpretação para o especial "Por Toda a Minha Vida", realizado pela Rede Globo em homenagem ao músico no ano passado.


Além do especial televisivo e do espetáculo teatral, três filmes relacionados a Renato Russo estão em pré-produção. "Religião Urbana", de Antonio Carlos da Fontoura, retrata a vida do artista no período dos 17 aos 23 anos. Já os roteiros de "Faroeste Caboclo", de Paulo Lins e direção de René Sampaio, e "Eduardo e Mônica", de Denise Bandeira, amiga de Russo, são inspirados nas letras das músicas homônimas. "Nós, da família, não esperávamos isso. Afinal, dizem que este é um país sem memória. Achávamos que, dois anos depois de morrer, ele já estaria esquecido. Mas parece que os fãs estão aumentando", diz Carmen Teresa Manfredini, irmã do cantor.

FALOU E DISSE





BRUCE GOMLEVSKY
intérprete de Renato Russo



Quem foi Renato Russo para você?
Cresci ouvindo Legião Urbana. Eles foram a voz de uma geração. Passei minha adolescência ouvindo rock tanto nacional quanto internacional: Barão Vermelho, Titãs... O Renato foi muito importante como artista e pessoa. Tentei fazer uma homenagem legal com a peça.



Quando leu a biografia de Renato Russo, o que te chamou atenção para ver ali uma peça de teatro?
A trajetória dele. Ele teve uma vida breve, morreu aos 36 anos. Mas deixou um legado imenso. O Renato sofreu muito, ficou doente. Tentou levar uma vida bonita. Quando li o livro me deu um estalo. Ali estava uma peça bacana, uma homenagem ao Renato, espero fazer jus. Faço a peça com a maior humildade. A legião de fãs dele também é impressionante.



Como foi a preparação para a criação?
Produzi durante dez anos a peça e durante dois pesquisei todas as imagens, entrevistas, vi os vídeos, entrevistei os amigos, visitei a casa de Renato. Os pais dele me possibilitaram momentos emocionantes. Pude ver os manuscritos, os livros, os CD´s, os desenhos, tudo o que ele tinha. Até como fã foi emocionante.



"Renato ruma à eternidade"




Por que depois de tanto tempo da morte de Renato Russo ele continua sendo tão lembrado?
Ele fala de coisas universais. Cantava na primeira pessoa e o público se identifica. A música dele não é datada. Quem nasceu 200 anos antes ou 200 anos depois se emociona. Renato era um poeta que falava de uma geração. E essa nova geração era muito pequena quando ele morreu. Mas vem aqui, assiste à peça e sabe tudo sobre ele. Ele fez uma obra muito profunda que fala de ética, amizade, amor... coisas que tocam qualquer jovem de qualquer metrópole. Renato ruma à eternidade.



Como foi a reação de quem conviveu com o Renato ao ver a peça?
Estou tendo um feedback bacana. Tento colocar a alma do Renato em cena.



Fonte: Ego

PERSONAGEM



Miguel Falabella é o maior multimídia brasileiro. Ele, que começou como ator de teatro, foi parar no cinema como um dos jovens atores-revelação do filme "O sonho não acabou" - sobre um grupo de jovens alienados de Brasília - e seguiu para a telinha, na novela "Sol de Verão". Daí, não parou mais. Querendo ser mais que ator, estreou no teatro como dramaturgo e, em 1996, levou a tevê sua primeira novela, "Salsa & Merengue", ao mesmo tempo em que caía no gosto da massa como o Caco Antibes do humorístico "Sai de baixo" e já apresentava o programa "Video Show" há alguns anos. Em 2005, lançou sua segunda novela, "A lua me disse" e, em 2007, colocou na grade da Globo o primeiro sit com de sua autoria, "Toma lá, dá cá". Agora, estréia neste fim de semana no cinema com o filme "Polaróides Urbanas", que reforça ainda mais em Falabella o rótulo de Almodóvar brasileiro, já observado no estilo das histórias que já levou à tevê. Trata-se de uma comédia escrachada que liga diversos personagens tão caricatos como os do diretor espanhol: Marília Pêra no papel de gêmeas antagônicas, Arlete Salles como uma atriz que surta no palco e Natália do Valle como uma psicanalista cuja filha é uma quase-suicida. Para quem gosta do estilo almodovariano, essa é, sem dúvida, uma boa pedida.

"Esse roteiro foi o exercício de buscar um olhar para o cinema que fosse elegante, mas sem pretensão. Eu não consigo assistir a cinema de mercado sem assinatura.
Gosto de cinema com a marca do diretor. "
Miguel Falabella,
ator, autor, diretor e produtor de tevê, teatro e cinema

Cinema: Teste de Audiência


Teste de Audiência: Caixa exibe longa brasiliense

Nesta terça-feira, no Teatro da Caixa, será exibido o filme "Simples Mortais", do cineasta brasiliense Mauro Giuntini, com entrada gratuita. A exibição faz parte do projeto Teste de Audiência, atividade que visa aproximar o cinema brasileiro do público por meio da exibição, uma vez por mês, de um filme ainda inédito, em fase de montagem, para que os espectadores debatam, critiquem e sugiram o seu aprimoramento.

"Simples Mortais" foi exibido na última edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi premiado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal como melhor longa-metragem produzido no DF.
Cartagena: dois filmes brasileiros na disputa

Os filmes brasileiros "O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias", de Cao Hamberger, e "É Proibido Proibir", de Jorge Duran, foram selecionados para mostra competitiva do 48º Festival Internacional de Cinema e Televisão de Cartagena, que começará em 29 de fevereiro nessa cidade colombiana. As duas produções brasileiras vão disputar o principal prêmio do evento. O anúncio dos ganhadores vai acontecer no dia de 7 de março.

Música: Rita Lee


Rita Lee: rainha do rock vem fazer pic nic na côrte


No próximo dia 1º, a côrte brasiliense receberá a visita da rainha do rock brasileiro. A cantora Rita Lee chega em Brasília com uma única apresentação de sua turnê Pic Nic, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. No repertório, sucessos de todas as fases de sua carreira. Além dos hits, ela apresentará músicas que há bastante tempo não canta ao vivo, e também duas inéditas. Informações: 3964-0004

Televisão: Rodrigo Santoro em "Lost"


Série americana com Rodrigo Santoro estréia na Globo

Após sua participação-relâmpago em filmes como "As Panteras" e "Simplesmente Amor", Rodrigo Santoro é o ator brasileiro mais conhecido no mundo atualmente, depois de conquistar espaço em Hollywood com a atuação no filme "300", que lhe rendeu uma indicação de melhor ator no MTV Movie Award. A partir desta semana, os fãs brasileiros do ator poderão conferir sua participação na terceira temporada de "Lost", a série americana mais comentada dos últimos tempos. Rodrigo Santoro vive Paulo, um brasileiro que vai parar na misteriosa ilha. A série estréia nesta terça-feira (26) na Rede Globo.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

No ar: beleza, ética e amizade



Globo estréia de uma única vez a nova novela das sete
"Beleza Pura" e a minissérie "Queridos Amigos"


Nesta segunda-feira, a Rede Globo apresenta ao seu público dois novos trabalhos. Às 19h, entra no ar o primeiro capítulo da nova novela. "Beleza Pura" marca a estréia da autora Andréa Maltarolli, sob a supervisão do já experiente Sílvio de Abreu. Um pouco mais tarde, após o Big Brother Brasil, entra em cena a nova minissérie da emissora, "Queridos Amigos", de Maria Adelaide Amaral, que, por coincidência, também foi lançada por Silvio de Abreu.


Beleza Pura" pode ser definida como mais uma comédia romântica típica do horário: um casal de mocinhos lutando contra os vilões em meio a uma trama marcada pelo universo da beleza, da estética e do culto ao corpo. O tema pode parecer pouco original, mas a autora deixa bem claro que é um trabalho diferente do que já foi feito. "A busca da beleza já foi mais do que criticada. Agora, vamos falar sobre ética e estética. A filosofia não separa essas duas coisas e eu também não. Vamos mostrar os tratamentos de estética que existem hoje em dia, mas também vamos falar sobre a busca do Guilherme (Edson Celulari), para se tornar uma pessoa mais ética", esclarece Andrea Maltarolli. Seu supervisor, Silvio de Abreu, cuja última novela – "Belíssima" - tratava exatamente do mesmo tema, reendossa: "Acho que a inovação da novela é a própria autora. A maneira como ela constrói cada cena é muito inteligente e muito original!".


Já o trabalho atual de Maria Adelaide Amaral, "Queridos Amigos", é ambientado nos últimos dias dos anos 80 e marca o reencontro de um grupo de nove amigos que se conheceram no auge da ditadura. "Gosto desse tema da amizade e de falar do efeito do tempo na vida das pessoas", observa Dan Stulbach, cujo personagem foi inspirado no jornalista Décio Bar, amigo de Maria Adelaide desde os tempos de colégio que faleceu em 1991. A minissérie é adaptação de um livro que a própria autora publicou em 1992, chamado "Aos Meus Amigos".


Ao contrário dos últimos sucessos da autora - as minisséries "A Muralha", "A Casa das Sete Mulheres", "Um Só Coração" e "JK"- "Queridos Amigos" não é uma trama de época, mas alguns acontecimentos históricos serão revividos, como os horrores da ditadura e, na segunda fase, a primeira eleição direta para presidente após 20 anos, os cem anos da República, a queda do Muro de Berlim e o cenário econômico brasileiro, com inflação pela casa dos 50% ao mês. "Esta é a minha vida", sintetiza Maria Adelaide Amaral.


Renovação
Segundo Silvio de Abreu, um dos mais consagrados autores de novelas do país, as novelas brasileiras podem estar com seus dias contados por falta de autores. Ele diz estar fazendo sua parte, após lançar novos autores, como Maria Adelaide, Andréia, Elizabeth Jhin ("Eterna Magia") e João Emanuel Carneiro ("Da Cor do Pecado"). E deixa seu recado aos colegas: "Os novelistas precisam deixar a vaidade de lado e passar seus conhecimentos adiante. Não somos eternos".

FALOU E DISSE



ANDRÉA MALTAROLLI
autora de "Beleza Pura"


Você foi uma das criadoras de "Malhação", colaborou com humorísticos como "Escolinha do Professor Raimundo" e "Zorra Total" e hoje assina a próxima novela das sete, "Beleza Pura". O que faz uma boa novela?


Depende do que é uma boa novela para você. Tem gente que liga em um horário apenas para ver determinado personagem ou ator. Eu me ligo mais na história e nas pequenas situações que ocorrem paralelamente à trama. Um bom personagem é um personagem verdadeiro. Mesmo em uma comédia pastelão, ele tem que existir, o público deve ser capaz de falar sobre ele como se o conhecesse, prever suas reações, dizer ‘ah, fulano faria’ ou ‘não faria isso’.


O que é um novelista?


São as modernas Sherazades. Têm que contar uma história por dia e terminar cada capítulo prendendo a atenção do público para o seguinte. Se não for assim, ‘morre’.


Qual o papel da teledramaturgia hoje?


Em primeiro lugar e sempre, entreter. As grandes ideologias, as absolutas, morreram. Hoje damos importância à individualidade e à cidadania. O novelista participa disso, tem uma função quase jornalística de repercutir e mostrar o que se passa e editorialista quando comenta e opina sobre a realidade.


Silvio de Abreu diz que as tramas andam mais preocupadas com tecnologia do que com emoção. Você faz coro com o autor?

A essência da novela é a emoção. A excelência da técnica e o imenso trabalho que ela dá acabam por nos afastar da emoção. Um ‘Big Brother’ da vida faz tanto sucesso porque é o mais próximo da emoção verdadeira que a TV tem chegado atualmente. O resgate começa com a conscientização do problema.


Qual a expectativa com a estréia? Teme fracassar?


Minha expectativa é que a novela divirta as pessoas. Fracasso é uma coisa muito aborrecida, mas todo mundo passa por ele. Novela não é ciência exata.


Fonte: Agência Estado

PERSONAGEM


A atriz Luana Piovani fez sua estréia na televisão em 1993, como protagonista da minissérie "Sex Appeal", da Rede Globo. No ano seguinte, participou de sua primeira telenovela, "Quatro por Quatro", e, em seguida, atuou na novela "Vira-Lata" e em "Malhação". Em 98, esteve na minissérie "Labirinto", pulando diretamente para o elenco da novela "Suave Veneno" no ano seguinte. Seu último trabalho foi em 2002, na minissérie "O Quinto dos Infernos", embora tenha participado de várias séries e humorísticos na emissora que a revelou. No teatro, produziu e atuou na peça "A.M.I.G.A.S." e rodou o país com a infantil "Alice no País das Maravilhas". No cinema, depois da estréia no filme "Super Colosso", atuou em "O Homem que Copiava", "O Casamento de Romeu e Julieta" e "Zuzu Angel". Em 2008, prepara-se para protagonizar o longa "A Mulher Invisível", do diretor Cláudio Torres ("Redentor"), em que atua ao lado de Selton Mello. O filme já está em fase de gravação e tem previsão de estréia para o ano que vem.



"É uma grande exposição, mas estou disposta a dar minha cara a tapa nesse nível. É o meu filme, o meu momento. Sei que esse trabalho é um marco, é o filme pelo qual vou ser lembrada para o resto da vida"


Luana Piovani,

atriz de tevê, tetaro e cinema

CINEMA

Tropa de Elite traz Urso de Ouro para o Brasil


Apesar das reações pouco positivas recebidas ao longo do Festival de Berlim - os críticos alemães reclamaram do excesso de ação e violência -, o filme "Tropa de Elite" ganhou, no último sábado (16), o Urso de Ouro de Melhor Filme em Berlim.


O Brasil também foi premiado outras quatro vezes na Berlinale. "Café com leite", de Daniel Ribeiro, foi melhor curta-metragem da Mostra Geração. Já o curta-metragem "Tá", de Felipe Sholl, recebeu o Teddy Award, dedicado a filmes com temáticas do universo gay. "Mutum", de Sandra Kogut, recebeu menção especial do júri.


A última conquista brasileira neste Festival foi há dez anos, com "Central do Brasil".

TEATRO



Luís Miranda traz peça 7 Conto ao Teatro Nacional
Chega a Brasília o espetáculo "7 Conto", com texto e atuação do ator Luís Miranda, que estará em cartaz neste fim de semana na Sala Martins Penna, no Teatro Nacional. O espetáculo aponta, de uma maneira crítica e bem humorada, as diferenças do Brasil através de sete personagens completamente diferentes, todos criados pelo ator. A direção é de Ingrid Guimarães, sua colega de elenco no seriado "Sob Nova Direção".

MÚSICA

Leny Andrade leva jazz de qualidade ao Teatro da Caixa
Leny Andrade, primeira-dama brasileira do jazz e da bossa nova no país, apresenta-se nesta semana no Teatro da Caixa entre os dias 19 e 21. A cantora guarda em casa o Grammy Latino 2007 pelo álbum gravado em duo com o pianista César Camargo Mariano. No repertório do show, canções de Tom Jobim, Carlota, João Donato, entre outros. Ingressos: R$ 10 (meia). Informações: 3206-6456

OPORTUNIDADE

Centro Cultural Sesi abre inscrições para artistas
Artistas nas áreas de artes plásticas, cinema, dança, literatura, música e teatro já podem inscrever suas propostaspara compor a pauta da programação de espetáculos do Centro Cultural Sesi em 2008. O regulamento exige documentos como portifólio, contendo material informativo sobre os profissionais e os trabalhos realizados, registro audiovisual de apresentação ou ensaio, fotos artísticas digitais de boa qualidade e plano de divulgação. O edital do projeto está disponível no site www.sistemafibra.org.br/sesi. Informações: 3354-4040.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Atire a primeira pedra



A estréia de Walcyr Carrasco no horário das sete chega ao fim nesta semana cheia de críticas aos seus “Sete Pecados”. Priscila Fantin, Reynaldo Gianechinni e Giovanna Antonelli: protagonistas de caráter dúbio confundiram o público do horário


A proposta inicial era boa. Contar a história de uma moça cheia de pecados que, em nome do amor a um homem, vai se transformando em uma pessoa virtuosa. Na novela “Sete Pecados”, cada núcleo de personagens tem como característica um pecado exacerbado. Mas essa miscelânea de personagens bons e maus ao mesmo tempo fez com que o resultado ficasse aquém do esperado: a novela chega ao fim nesta sexta-feira sem ter emplacado e a trama foi se perdendo pelo caminho.


Autor de grandes sucessos no horário das seis da Rede Globo - como “O Cravo e A Rosa”, “Chocolate Com Pimenta” e “Alma Gêmea”- , Walcyr Carrasco foi promovido à “faixa das sete” em sua primeira novela urbana e contemporânea. O elenco foi escolhido a dedo com o que havia
de melhor disponível no momento. A dobradinha com Jorge Fernando já vinha de duas campeãs de audiência anteriores. Entretanto, o trio principal formado por Priscila Fantin, Reynaldo Gianechinni e Giovanna Antonelli não passou nem perto do que a mesma Fantin protagonizou ao lado de Eduardo Moscovis e Flávia Alessandra na novela anterior do mesmo autor.


A trama foi sofrendo várias reviravoltas. No meio do caminho, por exemplo, Paulo Betti foi chamado para dar vida ao supostamente falecido pai da protagonista. A partir disso, a riquinha mimada ficou pobre e a dona de casa pobretona se tornou milionária. Nem assim a audiência reagiu. Mas reviravolta mesmo aconteceu quando a grande vilã da história, vivida por Cláudia Raia, foi literalmente “explodida” da trama. Não se sabe ao certo se a saída da personagem estava mesmo prevista ou se a atriz criou algum tipo de problema na emissora e teve de ser afastada. O fato é que a novela criou um novo rumo, criando-se a expectativa sobre quem armou
a bomba que matou a vilã. O velho quem-matou está de volta - mas sem muita polêmica em seu redor.


Vamos lá, a novela teve seus pontos positivos. A interpretação de Elizabeth Savalla, por exemplo, mais uma vez, deu o tom de comédia escrachada ao texto de Carrasco com sua perua obstinada pela estética e seu bordão: “Oh, vida tirana!”. O humor também marcou a história de amor entre a “anja” Custódia (Cláudia Jimenez) e o “mortal” Adriano (Rodrigo Phavanello), sempre às voltas com a tal tatuagem que o rapaz carrega em suas partes baixas - outro mistério da trama, este, sim, alvo de discussões. E, para terminar, atores consagrados como Ary Fontoura e Nicette Bruno também emocionaram com a doce e sensível história de amor maduro de Romeu e Juju. Essa trama, aliás, por si só, já valeria a novela.
No final, aos trancos e barrancos, “Sete Pecados” é uma boa novela e Walcyr Carrasco - que já provou várias vezes que sabe como fazer uma boa novela - não deixa de ser um bom autor por causa desse deslize. Afinal, atire a primeira pedra aquele que nunca pecou.

FALOU E DISSE



WALCYR CARRASCO
autor de “Sete Pecados”


Você vem de novelas de sucesso desde “Xica da Silva”, na extinta Manchete. Como está sendo a sensação de terminar uma novela que não repercutiu da mesma forma que as outras, como “Chocolate Com Pimenta” e “Alma Gêmea”?


Todo autor um dia vai passar por uma experiência de fracasso. Já passei por isso algumas
vezes, mesmo na Globo, com “A Padroeira”. Temos que estar preparados, sabendo que não
vamos nos atirar do terraço se acontecer. Medo, a gente sempre tem. Eu, por exemplo, não relaxo nunca.


Beatriz é uma personagem de caráter dúbio, que começou a história como vilã. Em “Eterna Magia”, a personagem de Malu Mader também tinha um perfil parecido. A que se deve isso?


Acho que as personagens citadas refletem muito uma nova tendência de roteiro que foge um pouco dos estereótipos de narrativa clássica, que ainda tentam vender um maniqueísmo para os mais conservadores. Os tempos mudaram e ninguém é mais tão bonzinho... Eu ainda prefiro as mocinhas romãnticas, mas confesso que as mais atrevidas me atraem...



Você acha que essa nova tendência seja a responsável pela queda na audiência de algumas novelas recentes?


Não creio que a diminuição de audiência se dê pela ausência de um maniqueísmo explícito. Na
minha opinião, essa não é uma crise das novelas da Globo. É uma tendência do veículo TV. O número de aparelhos ligados no horário nobre é cada vez menor, as pessoas têm procurado outras formas de diversão. Essa audiência não migra, ela simplesmente deixa de existir, vai para outros veículos e não necessariamente para outras emissoras.



Sua estréia na Globo foi em novela das seis e “Sete Pecados” marcou uma subida de degrau. Está em seus planos chegar ao tão sonhado horário nobre?


Em primeiro lugar, não acredito nessa história de subir degrau. Acho uma bobagem tachar os
autores pelo horário. “Alma Gêmea” parou o país e equiparou-se à novela das oito. Top de linha é fazer sucesso e autor não tem que ser só de um horário. Mas eu penso, sim, em escrever uma
novela das oito.

PERSONAGEM

O compositor e cantor Chico Buarque é uma referência obrigatória em qualquer citação à música brasileira dos anos 60 pra cá, pelo requinte melódico, harmônico e poético que suas obras apresentam. Além de sua já conceituada contribuição à música popular, Chico também atua nas artes cênicas e literárias. No teatro, escreveu as polêmicas e proibidas Roda Viva, Gota D’Água e Calabar, além da divertida Ópera do Malandro. Na literatura, iniciou-se em 1975 com Fazenda Modelo e, na década de 90, publicou dois romances que ganharam versão cinematográfica: Estorvo e Benjamim. Seu último romance, Budapeste, lançado em 2003, já ganhou vários prêmios e, em breve, também vai virar filme. O longa já está sendo rodado sob o comando de Rita Buzzar e com os atores Leonardo Medeiros e Giovanna Antonelli no elenco.





“É essa a linguagem que procuro roubar para
exprimir uma visão objetiva, quase cinematográfica,
do mundo que me cerca”




Chico Buarque,


cantor, compositor e escritor

CINEMA

Tropa de Elite: Bope carioca disputa ursos em Berlim
O Brasil marca presença novamente no Festival de Berlim. Na 58º edição da competição, que começou na última quinta-feira, o representante brasileiro na mostra oficial é “Tropa de Elite”, de José Padilha. Outros 8 filmes brasileiros completam o esquadrão que representa o país em diversas seções espalhadas pelo festival.

O filme estrelado por Wagner Moura entra disputa com outros 20 títulos com um histórico de sucesso e polêmicas: foi o filme brasileiro mais visto no país em 2007, atingindo 2,4 milhões de espectadores antes e depois da estréia, já que foi pirateado antes de chegar aos cinemas.

A expectativa é que o Brasil repita o resultado de 1998, quando saiu da disputa com o Urso de Ouro de melhor filme (“Central do Brasil”, de Walter Salles) e um Urso de Prata de melhor atriz, para Fernanda Montenegro. O resultado será divulgado no próximo dia 17.

TEATRO

Humor e intimidade nos palcos brasilienses
Até o dia 24 deste mês, os amantes de teatro podem conferir dois produtos do que é há de melhor em Brasília. A Cia de Comédia De 4 É Melhor está em cartaz no Teatro dos Bancários com o espetáculo “Eu tenho a última temporada”, uma comédia sobre os viciados em seriados. Sempre aos sábados e domingos, a partir das 21h. Os ingressos estão a R$ 10 (meia). Informações: 8162-4666

A partir do dia 14, no Teatro Goldoni (Casa D´Itália), os brasilienses Arthur Tadeu Curado e Patrícia Marjorie (foto) estarão em cena na peça “Existe alguma coisa entre nós”. A peça fica em cartaz de quinta a sábado às 21h e aos domingos às 19h30. Os ingressos também custam R$ 10 (meia). Informações: 3443-0606

MÚSICA

Grandes intérpretes na trilha sonora de Duas Caras
Nomes conceituados da música popular brasileira marcam presença na trilha sonora de “Duas Caras”. O CD da novela da Rede Globo reúne 19 faixas, interpretadas por artistas conceituados como Maria Rita, Djavan, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Seu Jorge, Paula Toller, Jorge Vercilo e ainda dois ícones já falecidos: Gonzaguinha e Cássia Eller. Além disso, há espaço para gente nova, como Danni Carlos, Luiza Possi, Isabella Taviani e MC Leozinho. E uma novidade: a primeira inserção de uma música gospel em trilhas de novela, na voz de Aline Barros. Vale a pena conferir...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

E depois da fama?



A cada edição do Big Brother Brasil surge pelo menos dez novos
aspirantes ao estrelato, mas poucos conseguem o sucesso.
De quase 100 ex-participantes do programa, apenas
20% consegue se manter, a duras penas, na mídia


O que Juliana Alves, intérprete da Gislaine em “Duas Caras”, tem em comum com Grazi Massafera, a Florinda de “Desejo Proibido”? As duas são atrizes, estão em sua segunda novela na Rede Globo e despontaram para o estrelato no Big Brother Brasil. Dos 98 participantes que passaram pelas últimas sete edições do programa, elas são o modelo para os 14 novos moradores da casa.

Além de Juliana e Grazielli, apenas uma pequena parcela de ex-BBB´s conseguiu emplacar uma carreira artística de sucesso na emissora que os revelou. É o caso de Diego Alemão, o vencedor da última edição, que está contratado pela Rede Globo e aguarda a definição sobre o trabalho que irá desenvolver. Antes dele, os colegas de confinamento de Grazi na quinta edição também tiveram sua vez: enquanto o campeão Jean ganhou um quadro no programa “Mais Você”, sua colega Pink foi parar no humorístico “Zorra Total”. Da sexta edição, a musa Mariana substituiu a antecessora Grazi como repórter do “Caldeirão do Huck”. Nenhum deles, entretanto, permanece no ar.

Em compensação, na Rede TV!, Sabrina Sato (BBB3) é a estrela do “Pânico na TV”. Seguindo na mesma trilha, vem Iris, a Siri do BBB7, que não emplacou na Globo, mas ganhou o posto de apresentadora do “TV Fama”. Enquanto isso, a Record escalou a brasiliense Juliana Lopes (BBB4) para um papel na novela “Vidas Opostas”, campeã de audiência no ano passado. E ela não fez feio. Já sua colega de confinamento, a Solange “Iarnuou”, ganhou um quadro no programa da Márcia Goldsmith na Band - que não vingou - e hoje, não consegue fazer mais que caras-ebocas em esquetes de humor erótico nas madrugadas do SBT.

Correndo por fora, segue o Dhomini, vencedor do BBB3, que agora faz parte de uma dupla sertaneja. Outros campeões, como Kleber Bam Bam (BBB1) e Rodrigo Caubói (BBB2), vira e mexe aparecem na mídia, geralmente em algum escândalo envolvendo bebedeira e desacato a autoridade. Nas principais revistas de celebridades, o casal Flávia e Fernando, do BBB7, teve o enlace matrimonial estampado nas páginas, assim como o namoro de Mariana e Daniel Saullo (BBB6). Já o Alan, do BBB 5, ainda lucra com o fato de ter namorado Grazi durante dois anos - da mesma forma que Fernando Fernandes (BBB2) lucrou em seu affair com a atriz Danielle Winnitz. Agora resta saber quais serão as surpresas que virão quando os 14 novos famosos-quem caírem no mercado.

FALOU E DISSE



JEAN WYLLYS
jornalista, escritor, professor e ex-BBB


Você acha que o BBB é um programa feito para ser assistido por pessoas incultas?

Isso é uma bobagem sem tamanho dita por pessoas elitistas, classistas e, principalmente, ignorantes, pois, desconhecem os resultados de pesquisas de recepção do BBB, feitas em faculdades de comunicação, que traçam outro perfil das audiências do programa. Conheço gente ilustrada e viajada que assiste ao BBB e fala abertamente sobre isso, segura do que sabe e de seu lugar no mundo. O fato de eu ser jornalista premiado, com mestrado em Literatura pela UFBA, escritor e professor universitário não me impede de assistir ao BBB e admitir isso publicamente nem me impediu de me inscrever em uma de suas edições. É possível se extrair diversos e diferentes sentidos do BBB como de qualquer outro produto cultural.

Você acha que a notoriedade adquirida com o BBB pode ajudar em projetos profissionais que não necessariamente estejam ligados a carreira de ator/atriz?

A máquina publicitária que envolve o programa vende a idéia de que o BBB transforma positivamente a vida dos participantes na medida em que seria o passaporte para o estrelato, o glamour e as facilidades que cercam a vida daqueles que a imprensa passou a chamar de “celebridades”; e cria, nas audiências, a expectativa de que os participantes devem, terminada a edição, permanecer visíveis no entretenimento televisivo mesmo que eles não tenham talento nem formação para tanto ou mesmo que eles não queiram nem tenham isso como plano de vida.

Na sua opinião, qual é o diferencial que faz com que alguns sejam bem sucedidos na carreira artística e outros caiam no anonimato?

A Grazi, por exemplo. Ela poderia ser só mais uma capa de Playboy, mas, seu carisma e a conduta que exibiu na casa a transformaram numa estrela de telenovela. Grazi é a sucessora de Vera Fischer no quesito estrela que se sustenta em carisma, beleza e talento. Sabrina Satto também tem carisma, mas sua conduta a afastou do papel de Cinderela e da carreira de atriz. Alemão, mesmo não trabalhando antes como modelo, deve sua visibilidade e oportunidades na tevê aos atributos físicos e ao carisma. Em resumo, o BBB pode ajudar profissionalmente, mas, pode fechar portas para sempre, tudo depende do participante: sua história de vida, sua conduta na casa e sua conduta depois que terminar o programa.

PERSONAGEM


A cantora Marina Lima reuniu cerca de mil pessoas em seu show na segunda-feira de Carnaval, em Brasília. A turnê Topo Todas Tour reafirmou seu talento, além do carisma e da popularidade conquistadas por meio de várias músicas em trilhas sonoras de novelas, desde que surgiu na mídia em 1979, quando lançou seu primeiro LP, Simples como fogo. De lá para cá, foram quase vinte álbuns, entre trabalhos inéditos e coletâneas. Entre seus maiores sucessos, estão Fullgás, Pra começar, Eu te amo você, Nada por mim, À francesa, Uma noite e meia, Acontecimentos, Preciso dizer que te amo, Eu não sei dançar, O chamado e Pessoa. Uma curiosidade: o nome da turnê foi escolhido numa promoção realizada pelo site oficial da cantora. A escolha do nome deve-se ao fato de que os shows desta turnê estão sendo realizados basicamente em locais populares.


Topo Todas é um nome engraçado, fácil e, ao mesmo tempo,

ousado, que permite englobar várias fases da minha carreira”


Marina Lima,

cantora

CURTAS E BOAS

CINEMA
Saneamento Básico chega às locadoras


Já está nas locadoras um dos filmes de maior sucesso de 2007. Saneamento Básico, de Jorge Furtado, é uma comédia inteligente, que conta a história da comunidade de uma pequena vila na serra gaúcha que se reúne para a construção de uma fossa para o tratamento do esgoto. Como a prefeitura não tem dinheiro para obras de saneamento básico, mas dispõe de uma verba para a produção de um vídeo de ficção, eles decidem gravar um filme sobre um monstro nas obras de uma fossa.

Saneamento Básico tem estrelas de destaque no elenco, como Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Lázaro Ramos e Paulo José. Uma boa pedida para quem não quer sair de casa neste pós-Carnaval.

TEATRO
Funarte abre inscrições para prêmio de dramaturgia


O Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva, promovido pela Funarte, está com inscrições abertas até o próximo dia 31 de março. Serão selecionados textos teatrais originais de todos os gêneros (incluindo teatro infantil, juvenil e adulto) escritos em língua portuguesa por dramaturgos brasileiros e portugueses. O texto vencedor será editado em livro e encenado no Brasil e em Portugal. Além disso, o autor receberá cerca de R$ 39 mil.

Nesta segunda edição, os textos inscritos devem ser inspirados na obra de padre Antônio Vieira, que tem seu quarto centenário de nascimento comemorado neste ano. Quatro peças brasileiras e quatro portuguesas são selecionadas na primeira fase por uma comissão de jurados de cada país.
O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.funarte.gov.br.

ARTES PLÁSTICAS
Prêmio Marcantonio Vilaça no Centro Cultural Sesi


O Centro Cultural Sesi Taguatinga recebe a exposição Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça Artes Plásticas, com obras de cinco artistas vencedores da 2ª edição da mostra. Até o dia 14 de fevereiro, das 8h às 17h, o público poderá conhecer os trabalhos de Carlos Mélo, Gisela Mota e Leandro Lima, Laura Lima, Lúcia Laguna e Sara Ramo.
Informações: 3354-4040