Ao consagrar o questionável “Cleópatra” como melhor filme,
júri do 40º FBCB desagrada público exigente de Brasília
júri do 40º FBCB desagrada público exigente de Brasília
O resultado final da mostra competitiva do 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro não agradou o público brasiliense. Ao consagrar o longa “Cleópatra”, de Julio Bressane, como melhor filme e sua protagonista Alessandra Negrini como melhor atriz, o júri oficial da competição frustrou a maior parte do público, que esperarava a vitória do longa paulista “Chega de Saudade” e da atriz brasiliense Rosane Mulholland, que viveu a “Falsa Loura” de Carlos Reichenbach e a protagonista feminina de “Meu Mundo em Perigo”, do brasiliense José Eduardo Belmonte. Como resposta, vaias.
Em compensação, quando a voz do povo se fez valer de forma oficial, o longa “Chega de Saudade” recebeu o prêmio de melhor filme pelo júri popular. O filme foi o mais aplaudido durante os seis dias de exibição. Assim como “Falsa Loura”, outro bom filme da safra 2007, o longa de Laís Bodansky abordou uma história com começo, meio e fim, muita música e poesia. Ao contrário do filme de Bressane, que decepcionou o público pela história confusa e pela interpretação muitas vezes forçadas dos atores, principalmente a premiada Alessandra Negrini.
“Cleópatra” dividiu o público do Festival, recebendo aplausos e vaias ao fim da sessão. O júri o consagrou com seis prêmios importantes, mas se o público brasiliense, acostumado a filmes autorais, não aprovou, o que dizer do público brasileiro em geral, tão acostumado a blockbusters?
Curtas e boas
O curta “Trópico da Cabras”, de Fernando Coimbra, foi o grande vencedor deste ano na categoria 35 mm, com os candangos de melhor filme, melhor fotografia e, ainda, melhor atriz para Larissa Salgado. O prêmio de melhor direção foi dado a Leonardo Lacca, pelo vaiado “Décimo Segundo”. Sob aplausos, Wolney de Assis foi consagrado o melhor ator de curtas pela sua atuação em “Enciclopédia do Inusitado e do Irracional”, da diretora brasiliense Cibele Amaral. O melhor roteiro coube a Camilo Cavalcante pelo bem-aceito “O Presidente dos Estados Unidos”.
Fora da mostra competitiva, o brasiliense “Dia de Visita” foi eleito o melhor curta 35mm pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. O filme emocionou o público ao mostrar a história de dona Sônia de Sousa Faustino, uma mulher abnegada cuja vida era dedicada a ajudar e a evangelizar os presos da Papuda. A protagonista do documentário faleceu na véspera da estréia do filme, atropelada por um veículo que avançou na frente da sua casa.
Premiados
JÚRI OFICIAL
Melhor Filme
CLEÓPATRA, de Julio Bressane
Melhor Direção
LAÍS BODANSKY por Chega de Saudade
Melhor Ator
EUCIR DE SOUZA por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz
ALESSANDRA NEGRINI, por Cleópatra
Melhor Ator Coadjuvante
MILHEM CORTAZ por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz Coadjuvante
DJIN SGANZERLA, por Falsa Loura
Melhor Roteiro
LUIZ BOLOGNESI, por Chega de Saudade
Melhor Fotografia
WALTER CARVALHO, por Cleópatra
Melhor Direção de Arte
MOA BATSON, por Cleópatra
Melhor Trilha Sonora
GUILHERME VAZ, por Cleópatra
Melhor Som
LEANDRO LIMA, por Cleópatra
Melhor Montagem
RICARDO MIRANDA, por Anabazys
Prêmio Especial do Júri
ANABAZYS, de Paloma Rocha e Joel Pizini
JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem
CHEGA DE SAUDADE, de Laís Bodansky
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor longa-metragem
MEU MUNDO EM PERIGO, de José Eduardo Belmonte
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Melhor longa-metragem
SIMPLES MORTAIS, de Mauro Giuntini
* Todos são longas em (35mm)
Melhor Filme
CLEÓPATRA, de Julio Bressane
Melhor Direção
LAÍS BODANSKY por Chega de Saudade
Melhor Ator
EUCIR DE SOUZA por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz
ALESSANDRA NEGRINI, por Cleópatra
Melhor Ator Coadjuvante
MILHEM CORTAZ por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz Coadjuvante
DJIN SGANZERLA, por Falsa Loura
Melhor Roteiro
LUIZ BOLOGNESI, por Chega de Saudade
Melhor Fotografia
WALTER CARVALHO, por Cleópatra
Melhor Direção de Arte
MOA BATSON, por Cleópatra
Melhor Trilha Sonora
GUILHERME VAZ, por Cleópatra
Melhor Som
LEANDRO LIMA, por Cleópatra
Melhor Montagem
RICARDO MIRANDA, por Anabazys
Prêmio Especial do Júri
ANABAZYS, de Paloma Rocha e Joel Pizini
JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem
CHEGA DE SAUDADE, de Laís Bodansky
PRÊMIO DA CRÍTICA
Melhor longa-metragem
MEU MUNDO EM PERIGO, de José Eduardo Belmonte
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Melhor longa-metragem
SIMPLES MORTAIS, de Mauro Giuntini
* Todos são longas em (35mm)
Festival de Brasília de Cinema Brasileiro agita a capital federal
A quadragésima edição do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro já tem data: o evento mais esperado do ano para os cinéfilos de carteirinha da capital federal será realizado de 20 a 27 de novembro. O tom será mais intimista. Os filmes selecionados terão um perfil mais pessoal e menos político - uma característica do evento desde que nasceu ainda como mostra de cinema, em 1965, durante a ditadura militar.
Ao todo, concorrem seis filmes de longa-metragem e 12 de curta-metragem na categoria de 35mm, além de 18 filmes da categoria 16mm. A premiação para os vencedores será de R$ 190 mil (35mm) e R$ 50 mil para os curtas e média-metragem (16mm). Os vencedores do júri também serão premiados: R$ 30 mil para o melhor longa e R$ 20 mil para o melhor curta.
Entre os longas selecionados, estão os de quatro diretores já premiados com o Candango em edições passadas do Festival: Julio Bressane, que mostrará Cleópatra; Carlos Reichenbach, com Falsa Loura; Laís Bodanski, de Chega de Saudade; e José Eduardo Belmonte, com Meu Mundo em Perigo. A seleção se completa com Amigos de Risco, de Daniel Bandeira, e Anabazys, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, único documentário da mostra.
Um dos momentos mais festejados pelos cineastas brasilienses é a Mostra Brasília, que este ano ganha um dia a mais e será realizada de sexta a domingo.
A sessão de abertura – somente para convidados, no dia 20 de novembro – traz uma parte da história do próprio festival nesses 40 anos. Serão exibidos o curta Brinquedos Populares do Nordeste, filme do cineasta Pedro Jorge, primeiro brasiliense a ganhar o Troféu Candango, em 1977; e o longa Proezas de Satanás na Vila do Leva-e-Traz, do cineasta Paulo Gil Soares, o primeiro Troféu Candango de melhor filme, em 1967.
Os seminários e debates, de manhã e à tarde, serão realizados no hotel que sediará o evento, ainda em negociação. O encerramento, no dia 27, o Festival presta outra homenagem, dessa vez ao cineasta Sérgio Bernardes, com a exibição do filme Desesperatu, de 1968, que tem no elenco o ator Raul Cortez.
A exemplo dos últimos anos, o Festival oferecerá ao público diversos horários e lugares para a exibição dos filmes, todos inéditos no país. O Cine Brasília, palco do evento desde 1965, lançará as projeções, sempre às 20h30 e 23h30. Nos dias seguintes, em horários diferentes, os cinemas do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Embracine (CasaPark) e Píer 21 exibirão os filmes que estiveram no Cine Brasília. Na sala Martins Penna, no Teatro Nacional, será exibida a mostra em 16mm.