terça-feira, 8 de abril de 2008

A evolução versus a favorita



Record e Globo acirram a guerra pela audiência explorando as novelas e utilizando os seus títulos para firmar suas marcas


A guerra da audiência na televisão brasileira está atingindo níveis cada dia piores. Recentemente, a Rede Globo, ainda líder de audiência absoluta, começou a divulgar um vídeo institucionalem sua programação em que estrelas do seu casting ressaltam o “Q de Qualidade” da emissora. Na última semana, a Record ironizou a Globo em um anúncio publicado em jornais e revistas com os seguintes dizeres: “Nossa concorrente precisando lembrar que tem qualidade? Para nós, isso tem um ‘q’ de queda de audiência”.


A Globo não deixou por menos e recorreu ao Conselho Nacionalde Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) para que a Record seja proibida de publicar qualquer tipo de propaganda na qual diga que tem qualquer tipo de “liderança” no ibope da TV do país, além de impedida de fazer qualquer citação - direta ou indireta- à emissora ou às suas peças publicitárias.


A briga entre essas duas ainda vai pegar muito fogo. Principalmente porque a Record tem conseguido contratar boa parte da equipe dourada da Globo e seus programas genéricos têm ganhado cada vez mais audiência. É o caso do “Domingo Espetacular” (que vem tirando a hegemonia do “Fantástico”) e da novela “Caminhos do Coração”, de Tiago Santiago (um dos autores revelados pela Globo), que vem tirando o sono dos consagrados autores globais. E olha que, apesar do título, a obra da concorrente não se trata da mais romântica das novelas, não… No enredo, entre outras coisas, o telespectador pode encontrar vampiros, lobisomens, homem-leão, sereia encantada, menino-macaco, mulher-cobrae até um dinossauro correndo atrás de seres humanos que circulam por uma ilha bem ao estilo “Lost”.


A novidade agora é que a novela “Caminhos do Coração” vai virar série, com o nome de “A evolução ”, e mudar de horário, concorrendopau a pau com a próxima novela das nove da Globo. Aliás, nada me tira da cabeça que exista uma mensagem subliminar na troca do nome desta novela, que, de “Juízo Final” - um nome muito criativo, por sinal -, virou “ A Favorita” - bem ao estilo de novela mexicana exibida pelo SBT. Para um bom entendedor, um pingo é letra… A Record quer mostrar de todas as maneiras que está em plena “evolução”. Por sua vez, a Globo não quer deixar por menos: enquanto puder, vai enfatizar que é - e sempre será - “a favorita”.

FALOU E DISSE: Tiago Santiago



TIAGO SANTIAGO

autor de novelas, ex-Globo, atual Record


Quais as diferenças básicas que você percebeu ao trabalhar anteriormente na Globo e agora na Record?


A Globo tem uma estrutura maior e mais antiga, talvez por isso mais fria, menos pessoal, e é mais difícil crescer lá dentro. A Record cresce muito rapidamente,chega a ser impressionante.Para mim, a Record foi a chance de mostrar o que posso fazer em novelas, como autor titular. Também fui contratado como consultor para o Núcleo de Teledramaturgia.Desde sua saída da Globo, suas novelas (A Escrava Isaura e Prova de Amor) conseguiram se destacar na teledramaturgia brasileira.


Esperava tanto sucesso e repercussão de ambas as novelas?


Sempre sonhei com este sucesso, durante muitos e muitos anos, até o dia em que ele chegou. O tempo que leva para ser bem sucedido é o tempo que leva para fazer bem.


Como surgiu a idéia de incluir essa temática dos mutantes em “Caminhos do Coração”?

A idéia dos mutantes foi uma inspiração imediata, a partir do momento em que me inclinei para o gênero do realismo fantástico. Foi arriscado no começo, mas provei que estava certo.


Diante todo esse sucesso, você já chegou a ser sondado para voltar para a Globo?


Conheço muita gente na Globo, onde trabalhei durante vinte anos. Fui abordado duas vezes recentementepor um diretor de lá, que perguntou sobre minha situação e chegou a propor um diálogo futuro. Foi só isso que aconteceu. A Globo sabe que tenho contrato longo e ampla liberdade criativa na Record. E estou absolutamente focado no meu trabalho na Record.


Qual a sua opinião sobre o projeto da Record de tentar copiar toda a programação da Globo, na teledramaturgia e no jornalismo?


De alguma forma, se basear no que existe de melhor é uma estratégia inteligente.


Qual é o seu grande projeto?


Meu objetivo é fazer novelas e bem. Meu contrato com a Record vai até 2011 e, no que depender de mim, a Globo vai penar bastante. E em algum momento eu vou começar a fazer meus filmes como roteirista e diretor.

PERSONAGEM: Cazuza


Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, teria completado 50 anos no último dia 4 se estivesse vivo. Bem, vivo ele está. Mesmo tendo falecido em 1990, aos 32 anos, em decorrência da Aids, Cazuza mantém-se eterno na mente de seus fãs e na história do rock nacional brasileiro como um dos maiores cantores e compositores brasileiros, figurando, inclusive,no rol dos grandes poetas do país. O músico ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, sucesso da década de 80. Dentro suas composições famosas junto ao Barão Vermelho estão “Todo Amor Que Houver Nessa Vida”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Maior Abandonado”, “Bete Balanço”e “Eu Queria Ter Uma Bomba”. Em carreira solo, vieram “Exagerado”, Codinome Beija-Flor”, “O Nosso Amor a Gente Inventa”, “Ideologia”, “Brasil”, “Faz Parte do Meu Show” e “O Tempo Não Pára”. Em apenas nove anos de carreira, Cazuza nos deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 para outros ínterpretes. Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico. Essa faceta do artista e o sofrimento por causa de sua doença foram bem retratados no filme biográfico Cazuza - O Tempo Não Pára, de Sandra Werneck, em que o ator Daniel de Oliveira apresentou interpretação surpreendete do saudoso artista.



“Eu acho que tenho essa ironia, esse deboche sim. É uma autodefesa, porque as pessoas são fogo mesmo. Então a gente tem que jogar um pouco com o deboche, com o cinismo para não se machucar. Mas no meu trabalho mesmo, nas minhas letras, nas minhas entrevistas, eu levo tudo bem à sério...”


Cazuza,

1958-1990

CINEMA: "Polaróides Urbanas", de Miguel Falabella

Polaróides Urbanas: um Falabella almodovariano
Chega em Brasília o filme de estréia de Miguel Falabella como roteirista e diretor de cinema. Em Polaróides Urbanas, Falabella se consolida de vez com o estilo confessadamenteinspirado no espanhol Pedro Almodóvar. No elenco, Marília Pêra brilha na história de uma dona de casa sufocada pelo cotidiano e pelo fato de ter uma irmã gêmea, que é o seu oposto: uma perua deslumbradae espalhafatosa. Ainda no elenco, Arlete Salles, Natália do Valle e Marcos Caruso. Comédia pura.

MÚSICA: Isabella Taviani em Brasília

Isabella Taviani traz seu romantismo à capital
A cantora carioca Isabella Taviani fará duas apresentações em Brasília nesta semana. No repertório, músicasde seu terceiro álbum Diga Sim, que traz as músicas “Luxúria” - faixa feita para a trilha da novela global Sete Pecados - e a regravação de “Ternura”, antigo sucesso de Wanderleia que hoje embala a novela Duas Caras. Na quarta-feira (9), a cantora apresenta um pocket show seguido de autógrafos na Fnac, no Park Shopping. No dia seguinte, Isabella marca presença nas Quintas Musicais do palco do Centro Cultural Sesi, em Taguatinga. Em ambos, a entrada é gratuita.

TEATRO: "Os Melhores do Mundo"

Melhores do Mundo voltam aos palcos brasilienses
Todo bom filho sempre à casa torna. Prova disso é o pessoal do grupo de teatro Os Melhores do Mundo, que ganhou fama nacional graças ao Zorra Total da Rede Globo, mas nunca deixa de prestigiar o seu público mais fiel. Nos dias 19 e 20 de abril, Welder, Pipo e sua turma se apresentam no Teatro Nacional com duas peças bem conhecidas pelo brasiliense: Notícias Populares e Hermanoteu na Terra de Godah. Cada uma terá duas sessões. Informações:3325-6256

TELEVISÃO: reprise de "Cabocla"

Novela Cabocla, sucesso de 2004, inicia reprise à tarde
A novela Cabocla, de Benedito Ruy Barbosa, exibida originalmente em 2004, será reprisada a partir desta semana no Vale a Pena Ver de Novo. Remake de uma novela homônima exibida em 1979, esta será a primeira novela a ter as duas versões reprisadas. Cabocla traz no elenco Tony Ramos, Patrícia Pillar, Daniel de Oliveira, Regiane Alves e marcou a estréia em novelas de VanessaGiácomo, Malvino Salvador e Maria Flor